Porto Alegre, 21 de março de 2023 – Em meio aos impactos de uma crise no sistema bancário
global e aguardando a definição do arcabouço fiscal, o Comitê de Política Monetária (Copom) do
Banco Central (BC) começa hoje (21) a segunda reunião do ano para definir a taxa básica de juros,
a Selic. Amanhã (22), ao fim do dia, o Copom anunciará a decisão.
É quase consenso no mercado que a Selic deverá permanecer em 13,75% ao ano. As atenções se
voltam para o comunicado do Copom. Após a forte pressão exercida por parte do governo sobre o
atual patamar das taxas de juros, o mercado espera pelo tom a ser adotado pelos membros do
colegiado.
Em entrevista à Agência CMA, a economista do Banco Ouroinvest, Cristiane Quartaroli, aposta em
manutenção da Selic. Apesar da crise bancária, da expectativa com o novo marco fiscal e da
pressão política por taxas mais baixas, a economista lembra que tecnicamente não há fatores que
indiquem um corte, reforçando que desde o encontro anterior não houve alterações nos índices e
que a inflação segue uma ameaça. Para ela, o momento é de cautela.
A XP disse que desde a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o cenário,
tanto global quanto doméstico, teve significativa piora, como a crise nas Americanas e no Silicon
Valley Bank (SVB). Neste contexto, a companhia projeta um Indice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA) de 5,7% em 2023 e 3,5% em 2024, ambos com revisão +0,1% desde a última projeção.
A empresa acredita a Selic permaneça em 13,75% até o final do ano corrente, mas entende que o
comunicado a ser divulgado nesta quarta, após a reunião do Copom, deixe as portas abertas para
futuros cortes.
O Copom deve manter a taxa Selic estável em 13,75% a.a., a fim de assegurar a convergência da
inflação para a meta no horizonte relevante de política monetária. A previsão é da equipe de
economistas do Itaú. “Estimamos que as projeções de inflação do comitê no cenário de
referência (que inclui taxa de câmbio seguindo a paridade do poder de compra e taxa de juros de
acordo com a pesquisa Focus) devam avançar em todo o horizonte relevante, de 5,6% para 5,8% em 2023
e de 3,4% para 3,5% em 2024”, projeta a instituição.
Na avaliação do Itaú, o Copom deve reforçar a sinalização de manutenção da postura
vigilante da política monetária, a fim de perseverar no processo de desinflação até que a
convergência às metas e ancoragem das expectativas sejam alcançadas, e que não hesitará em
retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.
De acordo com o Paraná Banco Investimentos, a taxa deverá ser mantida em 13,75%. Para Pedro
Oliveira, Tesoureiro do Paraná Banco Investimentos, o Copom terá dificuldades de reduzir a taxa de
juros este ano. “O Banco Central tem uma meta de inflação a cumprir, que é de 3,25% em 2023 e 3%
em 2024-2025, porém as expectativas inflacionárias seguem acima da meta. Tanto o Focus quanto os
modelos do Bacen estão com expectativas inflacionárias acima da meta para os próximos 2 anos; ou
seja, para atingir o centro da meta, o Copom deverá manter a Selic inalterada, pelo menos até
final de 2023”, disse.
As informações são da Agência CMA.
Revisão: Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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