ECONOMIA: Sem domínio sobre perdas, ações PN da Petrobras caem mais de 10%

Porto Alegre, 28 de janeiro de 2015 – A ausência das perdas nos ativos
decorrentes da Operação Lava Jato nos resultados financeiros não auditados do
terceiro trimestre de 2014 da Petrobras frustrou os analistas, sentimento que
foi endossado pelos dados mais fracos no período e levam as ações PN (PETR4;
– 10,02%, a R$ 9,15) e ON (PETR3; -9,33%, a R$ 8,74) a terem as maiores perdas
da Bolsa.

Para o analista Marco Aurélio Barbosa, da CM Capital Markets, o fato de
não indicar as tão esperadas baixas contábeis indica que a empresa “não tem
total domínio da situação, pois após meses de atraso ainda decidiu
consultar a SEC [Securities and Exchange Comission, órgão equivalente à CVM
nos Estados Unidos] sobre qual é a melhor metodologia a ser usada”.

No entendimento do mercado, esse comportamento soa como desorientação
e traz mais volatilidade para as ações. Enquanto as perdas estimadas dos
ativos em R$ 88,6 bilhões não forem validadas nas demonstrações contábeis
revisadas, o cenário continuará negativo para a companhia, com o mercado
menosprezando a melhora nos indicadores operacionais.

Em relatório, a equipe de análise da Planner Corretora calculou que o
valor preliminar da baixa contábil indicado pela estatal no balanço é
equivalente a 17,5% do patrimônio líquido em 30 de setembro do ano passado ou
a 47,7% do valor de mercado, considerando as cotações dos papéis
preferenciais ontem a R$ 10,17.

Outro destaque negativo dos resultados foi a alta nos custos de
produção e a piora nas margens. “O aumento da alavancagem financeira de 4
vezes para 4,63 vezes na relação de dívida líquida por ebitda [lucro antes
de juros, impostos, depreciação e amortização] foi negativo. Ainda pesa a
falta de expectativa para o balanço auditado”, disse a XP Investimentos. As
informações partem da Agência CMA.

Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras

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