ECONOMIA:Vice da Comissão Europeia diz que Brexit causou dano desnecessário

Porto Alegre, 26 de dezembro de 2019 – A saída do Reino Unido da União
Europeia (UE) é um evento lamentável que causou uma quantidade significante de
danos tanto para os britânicos quanto para o bloco europeu, disse o
vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, em uma carta publicada
pelo “The Guardian”. As informações são da agência de notícias
“Sputnik”.

A autoridade europeia fez os comentários no que chamou de “uma carta de
amor para o Reino Unido” que foi publicada pelo jornal britânico. Timmermans
relembrou o tempo que passou na Escola Internacional Britânica de Saint George,
em Roma, expressou tristeza pelo fato de a população britânica ter escolhido
deixar a União Europeia e destacou as consequências negativas dessa decisão.

“Foi necessário forçar a questão? Nem um pouco. Mas você o fez. E o
mais triste é que vejo que está machucando você. Porque as duas mentes ainda
estarão lá, mesmo depois que você for embora. No processo, tanto danos
desnecessários foram causados a você e a todos nós. E temo que mais se
seguirá”, diz a carta de Timmermans.

Além disso, destacou como o euroceticismo do Reino Unido às vezes foi
benéfico para a União Europeia e ajudou a manter outros estados da união
econômica sob controle. Independentemente disso, Timmermans afirmou que a
União Europeia é como uma família e enfatizou que era a ferramenta mais útil
para gerenciar a política e a sociedade europeias.

Também disse que a porta estará sempre aberta para o Reino Unido voltar
à União Europeia.

“Verdade seja dita, eu fiquei extremamente magoado quando você decidiu
partir. Três anos depois, eu estou apenas triste que um membro da nossa
família quer romper nossos laços. Mas ao mesmo tempo eu encontrei conforto ao
pensar que laços familiares nunca podem ser realmente cortados. Não vamos
embora e você sempre será bem-vindo a voltar”, escreveu Timmermans.

O Reino Unido votou para sair da União Europeia em um plebiscito que
ocorreu em junho de 2016. Mais de três anos depois, o Reino Unido ainda não
finalizou o acordo de separação.

Antes de sua reeleição como primeiro-ministro do Reino Unido, Boris
Johnson prometeu conseguir um consenso sobre a retirada até 31 de janeiro, com
vista a negociar um acordo comercial com a União Europeia até 31 de dezembro
de 2020, quando o período de transição chegará ao fim. A segunda leitura do
seu projeto de lei de saída do Brexit foi aprovada pela Câmara dos Comuns na
semana passada.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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