Imagine, numa área de cerca de 16 hectares, 12 km ao norte da capital alagoana, uma moderna estrutura de pesquisas e desenvolvimento de estratégias para valorização de produtos agroalimentares brasileiros, estreitando a conexão de produtores com os consumidores.
Um espaço multi-utilitário aonde serão instalados laboratórios, cozinhas experimentação e outros equipamentos de suporte ao estudo de alimentos do Brasil. Um local que ofereça ainda capacitações, atividades de transferência, difusão e comunicação de tecnologias, oportunidades para estágios e outras modalidades de aprendizado, para que se possa identificar e promover ingredientes e produtos agroalimentares brasileiros.
Pesquisas que buscam a proteção da biodiversidade pelo uso. E ainda um espaço onde possam ser desenvolvidos processos de educação e aprendizado sobre segurança alimentar e dietas saudáveis, sempre promovendo alimentos nutritivos e acessíveis para todos. E ainda um espaço privilegiado para potencializar a gastronomia, valorizada pela adoção de alimentos territoriais da vasta tradição culinária brasileira.
“Nosso esforço inicial é para que possamos trabalhar em estreita sinergia com outras instituições públicas e privadas, tanto em âmbito regional, quanto no nacional e no global, reforçando ações de parceria e cooperação para que os desafios atuais sejam superados, e para que se possa apoiar políticas públicas para dinamizar o sistema de inovação vinculado a essa temática”, diz, João Flávio Veloso, chefe-geral da Embrapa Alimentos e Territórios.
À frente desta iniciativa desde 2016, Veloso comemorou a execução orçamentária de 99,96% de recursos na ordem de R$ 4.552.720,00 recebidos em 2020 por meio de Emenda Parlamentar da Bancada de Alagoas, para instalação desse novo espaço, que começa a se materializar no litoral norte Maceió.
O pesquisador Ricardo Elesbão, que desenhou com Veloso a proposta de criação dessa nova unidade da estatal, ressalta que a Embrapa Alimentos e Territórios possui uma atuação nacional com recortes territoriais para inserção das prospecções, desenvolvimento das ações e de entregas tecnológicas bem focadas em demandas dos diversos setores-usuários, mas com especial foco nos consumidores finais das cadeias agroalimentares. “Não descartaremos também oportunidades de trabalho com outras cadeias periféricas de importância regional, que poderão ser beneficiadas por uma ampla rede de pesquisas que estamos construindo agora”, afirma.
Chefe adjunto responsável pela coordenação de pesquisa, desenvolvimento e inovação, Elesbão afirma que há um grande leque para a contratualização institucional de parcerias do tipo público-privadas. Ele destaca que a Lei de Inovação vigente no país será um instrumento potente no avanço dessas parcerias.
Parceria, aliás, é uma das palavras-chave que norteiam o trabalho da Embrapa Alimentos e Territórios. Assim, apesar de muito recente, o centro de pesquisas já conta com parceiros importantes, como o Sebrae, que ofereceu apoio institucional desde o início da implantação da nova unidade em Alagoas. “Mas temos recebido incentivo e apoio de Secretaria de Agricultura de Alagoas, da Emater, de várias prefeituras municipais da região, da FAO, da Superintendência Federal do Ministério da Agricultura em Alagoas, do IPHAN, do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade, das Universidades Estadual e Federal de Alagoas e de organismos não-governamentais como AAGRA, COOPCAM, Asprobroas, AMAQUI e outros”, ressalta João Flávio.
“Estas parcerias se consolidam em projetos, eventos, ou outras formas de cooperação para ampliar os impactos positivos gerados. Dentre estas parcerias em projetos, está o mapeamento de produtos agroalimentares diferenciados (PAD’s) nos estados de Alagoas, Sergipe e Pernambuco, realizado em parceria com o Sebrae e que visa identificar estes produtos, e aproximá-los dos consumidores. Também merecem destaque as atividades para viabilizar a produção de hortaliças no entorno do Canal do Sertão em parceria com a Embrapa Hortaliças.
Ainda em 2020 foi iniciada cooperação com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para apoiar ações de fortalecimento do turismo de experiência em Alagoas, com enfoque na valorização de produtos agroalimentares produzidos localmente. “Alagoas possui turismo vibrante, que demanda grande quantidade de alimentos de qualidade, diversidade e tipicidade. Essa região deverá ser muito beneficiada com o fortalecimento da presença da Embrapa e de seus parceiros”, diz Elesbão.
Os gestores da Embrapa argumentam também que algumas das diversas cadeias produtivas da agropecuária local têm elevado potencial de crescimento, tais como as da fruticultura, lácteos e horticultura, e estão estrategicamente localizadas próximas aos centros consumidores de grandes cidades, de importantes regiões turísticas e também de portos para exportação.
É sob esse prisma que o hub nucleado pela Embrapa Alimentos e Territórios pretende aprimorar modelos da, assim chamada, “interação construtiva” entre agricultores, distribuidores e consumidores de alimentos, para minimizar os desperdícios e maximizar a eficácia das redes agroalimentares.
João Flávio lembra que para dar continuidade à estruturação do centro de pesquisa da Embrapa em Alagoas, ainda serão necessárias outras emendas nas PLOA 2021 e 2022, sendo o valor de R$15,5 milhões para 2021 (Obras e serviços) e R$20 milhões para 2022 (mobiliário, equipamentos laboratoriais e de campo). “Assim, esperamos que, ao final de 2022, deveremos ter finalizado a construção da sede definitiva da Embrapa Alimentos e Territórios, já com os laboratórios equipados e com toda a equipe presente.
“Em 20202, mesmo com um time de servidores bem enxuto, responsável por essas entregas, conseguimos executar praticamente 100% do montante recebido e estamos muito animados para continuar essa tarefa agora em 2021”, comemora Flávio Marcus Falcão, chefe adjunto de Administração da Embrapa Alimentos e Territórios.
Já com relação aos investimentos, a Embrapa Alimentos e Territórios adquiriu novos computadores e periféricos, veículos, móveis e utensílios, máquinas e equipamentos e ainda em obras e serviços engenharia. Aqui o investimento executado alcançou R$ 3.093.928,38. “Para ilustrar um pouco a importância disso, nossos pesquisadores e pessoal de apoio já está utilizando os veículos adquiridos em viagens para as zonas rurais e para serviços urbanos também”, diz Falcão.
“Com os recursos da Emenda é que pudemos, efetivamente, dar início às providências iniciais”, afirma Flávio. Nas últimas semanas foram contratados serviços de segurança e de proteção da área. Ele diz que os parlamentares certamente vão confirmar a percepção, no médio prazo e ao final da construção do centro de pesquisas, de que esse tipo de investimento em Ciência e Tecnologia se paga a cada centavo, e oferece um retorno importante para a sociedade alagoana.
Cotação semanal
Dados referentes a semana 22/11/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 9,53Farelo de soja à vista tonelada
R$ 71,50Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 1.975,00Preço base - Integração
Atualizado em: 07/11/2024 17:50