Porto Alegre, 16 de outubro de 2023 – Para atender com sucesso a crescente demanda global por
alimentos e, ao mesmo tempo, preservar o meio ambiente, é preciso investir em produtividade e
ações conjuntas com todo o setor. Essa é a visão que Marcela Rocha, diretora-executiva de
Assuntos Corporativos da JBS, apresentou durante o Fórum Esfera Internacional, realizado em Paris,
nos dias 13 e 14 de outubro. Durante o painel Potencialidade do Brasil, a porta-voz enfatizou que a
fome e as mudanças climáticas são dois desafios que os tomadores de decisão, sejam do poder
público, da iniciativa privada ou do terceiro setor, terão de enfrentar juntos.
Hoje, 10% da população mundial passa fome e um terço vive em quadro de insegurança
alimentar, ou seja, vai dormir sem saber se vai ter o que comer no dia seguinte, lembrou Rocha,
justificando a urgência de se produzir mais alimentos, sem perder de vista a missão de frear o
aquecimento global. Diante disso, a solução passa, em primeiro lugar, por ampliar a produtividade.
Quanto mais a gente conseguir produzir, consumindo menos recursos naturais, mais pessoas a gente vai
conseguir alimentar, explicou. No entanto, apenas 2% do financiamento climático vai para o setor de
alimentos, ou seja, não há injeção suficiente de recursos para impulsionar as soluções
existentes, entende a porta-voz da JBS, empresa líder global em seu setor.
No que se refere à necessidade de parceria, a executiva afirma que ninguém vai conseguir
resolver os dois desafios por conta própria. A JBS, por exemplo, assumiu o compromisso global de
ser Net Zero até 2040. Mas não vamos conseguir zerar nosso balanço líquido de emissões de gases
de efeito estufa se formos a única empresa tentando descarbonizar a operação e se não formos
capazes de trazer para perto toda a nossa cadeia de valor, explicou.
Rocha citou como exemplo a cadeia de fornecimento de gado bovino da JBS. A empresa monitora
todos os seus fornecedores diretos diariamente, via sistema de satélite que cobre uma área de 61
milhões de hectares, equivalente à soma dos territórios da França e da Holanda, para saber a
procedência daquilo que está comprando. Segundo ela, a Companhia chegou a bloquear 18 mil
produtores por descumprimento de critérios socioambientais, mas a JBS compreendeu que apenas
bloquear não era suficiente. Com isso, a gente resolvia o problema da empresa, mas não o do
desmatamento no país, justificou.
Assim, a JBS estabeleceu 19 Escritórios Verdes para oferecer assessoria técnica gratuita para
que produtores de gado bovino, sejam eles da cadeia da empresa ou não, possam ampliar a
produtividade e a sustentabilidade de suas fazendas. Em pouco mais de dois anos, já ajudamos 6.700
pecuaristas a regularizarem sua produção, respeitando rigorosos critérios de compliance
socioambiental, e a adotarem práticas mais eficientes. Com isso, 2.000 hectares já foram
destinados à recuperação florestal nessas propriedades.
A agricultura brasileira tem um potencial único de aumentar a produção de alimentos e
absorver carbono da atmosfera, acredita a executiva. Por isso, governo e setor privado devem se
apresentar internacionalmente para liderar as discussões sobre produção sustentável e
compartilhar experiências positivas. Quando a JBS participa de fóruns globais para debater essa
temática, está vocalizando as boas práticas de nosso país. Todos devemos ser embaixadores do
Brasil, concluiu.
A participação de Marcela Rocha ocorreu em painel que buscou discutir o potencial do Brasil e
sua influência global diante de seus vastos recursos naturais, sua população diversificada e um
mercado interno considerável. Também participaram Patricia Ellen, sócia da Systemiq, Walton
Alencar, ministro do Tribunal de Contas da União, e Fabio Campos, vice-presidente da Azul. A
mediação ficou a cargo da jornalista Sonia Blota. As informações partem da assessoria de
imprensa da JBS.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 07/11/2024 17:50