Porto Alegre, 29 de junho de 2022 – O futebol brasileiro é reconhecido em
todo o mundo, e na India não é diferente. Diante dessa referência, os
indianos usaram o esporte como analogia para expressar a expectativa em
relação à parceria para ampliar o uso e a produção de etanol no país
asiático. “Somos apaixonados pelo futebol do Brasil e é hora de estendermos
essa amizade ao etanol”, resumiu o presidente da Associação Indiana das
Usinas de Açúcar (Isma), Aditya Jhunjhunwala.
De 20 a 24 de junho, o Brasil recebeu missão formada por integrantes das
indústrias sucroenergética e automotiva, do setor de óleo e do governo
indiano para conhecer a tecnologia de produção de etanol, desde o cultivo à
destinação do produto para o consumidor. A comitiva foi acompanhada pela
União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) que, junto com a
Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil),
vem promovendo uma agenda de diálogo para promover o biocombustível na Ásia.
“A indústria automotiva da India está crescendo muito rápido, ao mesmo
tempo em que a descarbonização da matriz de transporte é um passo
importante, então o etanol se encaixa muito bem nessa transição”, afirmou o
diretor executivo da Associação dos Fabricantes dos Automóveis Indianos
(Siam), Prashnat Kumar Banerjee. “Na India, estamos dando passos muito
ambiciosos para alcançar as metas do governo”, avaliou.
Até 2014, a mistura de etanol na gasolina da India era de apenas 1,5%. No
último dia 5 de junho, o primeiro-ministro Narendra Modi anunciou que o país
atingiu a 10% de mistura cinco meses antes do prazo, previsto para novembro
deste ano. A meta é chegar à 2025 com 20% de mistura de etanol na gasolina.
Por outro lado, no segundo semestre de 2022 a India iniciará a produção
de carros com motores flex fuel, tecnologia brasileira que permite a
utilização de 100% de etanol nos veículos, ou a mistura de qualquer
percentual do biocombustível com o seu equivalente fóssil. No Brasil, desde
que a tecnologia foi introduzida em 2003, o uso do etanol evitou a emissão de
mais de 600 milhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera.
Transparência
Durante a missão no Brasil, os indianos tiveram a oportunidade de trocar
experiências e tirar dúvidas técnicas sobre a produção e a mistura de
etanol. “Os brasileiros foram muito transparentes, estão nos dizendo que
problemas enfrentam e o que devemos fazer em cada tipo de situação. Assim,
podemos pensar de antemão em soluções para alcançar o E20”, afirmou o
presidente da Isma, Aditya Jhunjhunwala.
Em visita à uma distribuidora de combustível, por exemplo, os executivos
puderam observar a mistura de 27% de etanol na gasolina brasileira. E mais tarde
conversaram com consumidores, no posto de combustível, sobre as opções e as
preferências. As tecnologias automotivas nacionais com etanol, como os carros
híbridos e flex, também foram apresentadas aos indianos, que visitaram as
fábricas da Volkswagen e da Toyota no Brasil.
Já no Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), a delegação teve a
oportunidade de compreender a aplicação do conhecimento científico em
tecnologias que possibilitam a melhoria da produtividade do setor
sucroenergético. “Apresentamos o papel estratégico do CTC na aplicação de
tecnologias disruptivas que contribuem para consolidar o etanol de
cana-de-açúcar como um dos principais agentes de descarbonização do planeta
e, consequentemente, para a mobilidade sustentável”, disse a diretora de
Assuntos Regulatórios do Centro, Silvia Yokoyama.
A missão também marca o início da implementação das ações previstas
no memorando de entendimento firmado em abril entre a Unica e a Siam. A parceria
prevê a construção de uma agenda integrada para redução de emissões na
matriz de transporte veicular na India, entre elas a criação do Centro
Virtual de Excelência (CoE), que funcionará como um hub sobre avanços
tecnológicos, normas técnicas, regulamentos, políticas públicas e
sustentabilidade relacionados à bioenergia.
“Muito em breve teremos carros flex rodando em nossas cidades. Juntos,
brasileiros e indianos vamos promover o etanol em todo o mundo”, concluiu o
representante do governo indiano na missão, Jitendra Juyal. O grupo visitou
ainda a APLA (Arranjo Produtivo Local do Álcool) e o terminal de uma empresa do
setor no porto de Santos (SP), onde acompanhou a logística para exportação
de produtos da cana-de-açúcar.
Projeto ApexBrasil
A ApexBrasil e a Unica tornaram pública em fevereiro de 2008 uma
estratégia para promover a imagem dos produtos sucroenergéticos no exterior,
em especial do etanol brasileiro como uma energia limpa e renovável. As duas
entidades assinaram um convênio que prevê investimentos compartilhados. O
projeto pretende influenciar o processo de construção de imagem do etanol e
demais derivados da cana-de-açúcar junto aos principais formadores de opinião
mundial – governos e meios de comunicação, bem como empresas de trading,
potenciais investidores e importadores, ONGs e consumidores.
As informações partem da assessoria de imprensa da UNICA.
Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) – Agência SAFRAS
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