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ETANOL: Estudo do Imea mostra que produção a partir de milho é viável no MT

13 de setembro de 2017
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Porto Alegre, 13 de setembro de 2017 – Agregar valor à produção
mato-grossense de milho por meio da geração do etanol é viável nos aspectos
econômico, social e ambiental. Essa é a conclusão do estudo dos Clusters de
Etanol de Milho elaborado pelo Instituto Mato-grossense de Economia
Agropecuária (Imea), entidade da Famato, a pedido da Aprosoja Mato Grosso e do
Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras (Sindalcool-MT). Os resultados foram
apresentados durante uma coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (12)
em Cuiabá.

“Não é novidade para ninguém que nosso estado tem vocação agrícola e
é o maior produtor de milho do Brasil, mas apenas 15% do que produzimos fica
em Mato Grosso. Temos que mudar essa realidade porque a exportação de
matéria-prima nem sempre é sinônimo de renda. Nosso papel é atrair e induzir
investimentos para que consigamos industrializar nossos produtos, gerando
emprego e renda para o estado e melhores preços para o produtor rural”,
comenta o presidente do Sistema Famato Normando Corral.

O estudo foi realizado entre os anos de 2016 e 2017, quando os analistas do
Imea percorreram mais de 3 mil quilômetros, visitaram 11 municípios
mato-grossenses, seis usinas de etanol e entrevistaram 70 pessoas. O trabalho
contou com a parceria técnica da Stracta Consultoria e da Agroícone.

O gestor de Projetos do Imea Paulo Ozaki coordenou o trabalho e explica
que, para chegar às conclusões, o estudo abrangeu todas a cadeias que permeiam
o cluster. “Estudamos todas as cadeias e instituições que podem estar
envolvidas no processo. Conversamos com produtores de milho, de eucalipto,
cana-de-açúcar, com pecuaristas, falamos com instituições públicas,
entidades de classe e investidores”, explica.

Para fazer a análise da viabilidade da produção de etanol a partir do
milho, o Imea dividiu o estado em sete macrorregiões, de acordo com a
produção agrícola e pecuária. Foram adotados modelos de negócios e
realizadas análises de mercado do milho, da produção de carnes, da evolução
da frota automobilística, da produção de etanol, de florestas plantadas
para, enfim, chegar às análises dos clusters. “Fizemos essa divisão para que
a tomada de decisão seja segura, afinal cada região tem sua particularidade.
Evitando, assim, investimentos infundados que não se sustentem ao longo do
tempo”.

Para o diretor da Aprosoja Glauber Silveira, a produção do etanol do
milho em Mato Grosso é importante tanto para o produtor, quanto para a
sociedade e o Governo do Estado. “Este estudo deixa claro que é viável
investir no setor e nos norteia em orientar melhor o produtor em qual modelo
seguir e onde investir”.

O presidente do Sindalcool, Sílvio Rangel, diz que este estudo cria uma
ferramenta importante para quem vai investir no estado e principalmente para a
agregação de valor em produtos in natura dentro de Mato Grosso.

Resultados

Para a análise da viabilidade econômica foram utilizadas duas ferramentas
para expressar a viabilidade financeira de investimentos: a Taxa Interna de
Retorno (TIR) e o Valor Presente Líquido (VPL). Para calcular o período de
retorno de investimento foi utilizado o método chamado “Payback”.

Com as análises em mãos e levando em conta que a demanda por
combustíveis no Brasil aumentará assim como a oferta e a demanda por milho em
Mato Grosso, o estudo mostra que na região médio-norte do estado apenas dois
modelos de usinas seriam interessantes: as “mini-usinas” e as “grandes usinas
Full”.

Na região sudeste todos os modelos de negócio seriam bem aceitos. As
regiões oeste e centro-sul comportariam melhor grandes investimentos. E as
regiões noroeste, norte e nordeste, por serem áreas de expansão, só
comportaria grandes investidores.

Para cada modelo de negócio nas regiões foram feitas análises de
viabilidade econômica levando em consideração os investimentos, as
operações e os custos. Uma usina Full na região médio-norte, por exemplo,
necessitaria de um investimento de aproximadamente R$ 450 milhões. O retorno se
daria a partir do sexto ano, com Valor Presente Líquido (VPL) de R$ 472
milhões com uma Taxa Interna de Retorno (TIR) de 27,3%.

Um resultado determinante para a implementação de uma usina de etanol é
a avaliação do break-even point (ponto de equilíbrio) do milho. Os valores
encontrados nos modelos avaliados variaram entre R$ 26,00 e R$ 36,00/saca de
acordo com o tipo do modelo empregado e a macrorregião. No modelo Usina Full na
região médio-norte, por exemplo, a saca do milho pode custar até R$ 35,00
que haverá viabilidade, considerando o etanol a R$ 1,98 o litro.

Outro resultado importante é o ponto de equilíbrio do etanol. Para ser
viável, o break-even point para o preço do etanol pago à usina oscila entre
R$ 1,30 a R$ 1,77/litro.

Viabilidades social e ambiental

A instalação de uma usina de etanol contribui na geração de empregos
diretos, indiretos e induzidos. A cada emprego direto, o setor cria outros 14
empregos indiretos e mais 10 induzidos. “Se levarmos em consideração uma
usina Full de milho, que gera 87 empregos diretos, o empreendimento tem o
potencial de criar mais de 2.000 mil empregos indiretos ou induzidos, impactando
positivamente o município”, acrescenta Ozaki.

Em relação aos impactos ambientais, fica claro que o desenvolvimento do
setor pode mudar o uso da terra e, consequentemente, reduzir as emissões de
CO2, mitigando em quase 70% a quantidade de Gases do Efeito Estufa (GEE)
emitidos atualmente, conforme o local onde a usina for instalada.

“Concluímos que são diversos os impactos positivos para o
desenvolvimento socioeconômico de Mato Grosso, visto que a integração das
cadeias produtivas, por meio dos clusters, movimenta a economia com a geração
de empregos, arrecadação para o Estado e, consequentemente, o desenvolvimento
para a sociedade. Mas para alcançar esse resultado será necessário o
envolvimento de todos os poderes e setores, isto é, a participação do Estado,
do setor privado e da sociedade civil organizada”, afirma o superintendente do
Imea, Daniel Latorraca. As informações partem da assessoria de imprensa da
Famato.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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