SAFRAS (17) – Um dos mais significantes e relevantes eventos sobre
biocombustíveis, o F.O. LICHT World Biofuels 2014, que aconteceu em Sevilha
(Espanha), nos dias 3 e 4 de junho, contou com a participação da assessora
sênior da presidência para Assuntos Internacionais da União da Indústria de
Cana-de-Açúcar (UNICA), Géraldine Kutas. Com apoio do projeto
Apex-Brasil/UNICA, a executiva levou a experiência do País em dois importantes
painéis “O papel e o impacto da política do governo de hoje” e “As
controvérsias do ILUC”. No primeiro painel, ela explicou a situação do
setor sucroenergético brasileiro enfatizando que apesar do etanol ser a
primeira fonte de energia renovável, empregar mais de um milhão de pessoas,
gerar US$ 14 bilhões em exportações e reduzir de forma significativa as
despesas com saúde pública, passa por uma crise sem precedentes.
“Os números assustam, mais de 60 usinas já foram desativadas, 60.000
empregos foram perdidos e a arrecadação fiscal nos municípios canavieiros
está diminuindo”, disse. Géraldine mencionou que uma das alternativas para
ajudar o setor a sair da crise seria o governo deixar de subsidiar a gasolina,
algo que tem sido bastante difícil.
“Precisamos desenvolver políticas públicas que foquem em três grandes
eixos: definição no longo prazo de qual será a participação da
cana-de-açúcar na matriz energética brasileira, pois em 2007 a matriz contava
com 50% de fontes renováveis e hoje conta com apenas 42%; aplicar a CIDE
(Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) novamente e a gasolina
ter uma taxa uniforme de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Prestação de Serviços) em todos os estados brasileiros; e aumentar a
eficiência dos motores flex quando abastecidos com etanol”, comentou a
assessora.
Também participaram desse painel Geoff Cooper, da Renewable Fuels
Association(RFA); Rob Vierhout, da ePURE; Christopher Standlee, da Abengoa
Bioenergy; e Christopher Hessler, da AJW, Inc.
Efeitos Indiretos do Uso da Terra
No painel “As controvérsias do ILUC”, Géraldine Kutas comparou que
tentar reduzir os Efeitos Indiretos do Uso da Terra (ILUC) dos biocombustíveis
era um grão de areia no mundo das emissões de CO2. Ela discorreu sobre a
abordagem feita pelos Estados Unidos e pela Europa sobre biocombustíveis,
rotulando a iniciativa americana bem mais pragmática, enquanto que a da Europa
não apresentou coragem política para diferenciar os biocombustíveis de
primeira geração. Cinco anos após a aprovação da Diretiva Europeia sobre
energia renovável ainda discute-se o tema sem legislação aprovada.
“A União Europeia (UE) limitou o consumo do biocombustível por
considerá-lo como de primeira geração”. Além disso, ela define que para
eles “existem dois pesos, duas medidas: critérios específicos de
sustentabilidade para biocombustíveis e nenhum para a biomassa utilizada em
outros usos, simplesmente porque a UE precisa importar grandes volumes de
biomassa para cumprir com a suas metas”, disse Kutas.
O painel foi moderado por Richard Stark, da AB Sugar, debatido também por
Don O’ Connor, da (S&T)2 Consultants Inc; Carlo Hamelinck, da Ecofys; André
Faaij, da Energy Academy Europe.
As informações partem da assessoria de imprensa da UNICA.
(FR)
Cotação semanal
Dados referentes a semana 22/11/2024
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R$ 71,50Casquinha de soja à vista tonelada
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Atualizado em: 07/11/2024 17:50