Porto Alegre, 9 de novembro de 2022 – Pesquisadores e representantes da agroindústria
defenderam, na Câmara dos Deputados, a garantia de segurança jurídica para manter o crescimento
do mercado de bioinsumos no Brasil. O debate, promovido pela Frente Parlamentar Mista da Bioeconomia
nesta terça-feira (8), discutiu duas propostas legislativas sobre o tema e projetou perspectiva de
movimentação global de 11 bilhões de dólares neste mercado a partir de 2025.
Os chamados bioinsumos são produtos de origem biológica usados no cultivo agrícola em
substituição a defensivos químicos e agrotóxicos.
Para o coordenador da frente parlamentar, deputado Paulo Ganime (Novo-RJ), avanços na
legislação podem favorecer o ambiente de mercado. “Temos uma oportunidade muito grande para que
esse setor se desenvolva. A gente tem que dar segurança jurídica para aqueles que atuam, investem,
produzem e consomem”, argumentou.
A Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) e a Frente Parlamentar da Agropecuária
manifestaram apoio ao Projeto de Lei 658/21, do deputado Zé Vitor (PL-MG), que está em fase final
de análise na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. O texto divide os insumos
biológicos de acordo com o risco para seres vivos; no entanto, ainda há dúvidas quanto às regras
para produção de bioinsumos nas propriedades para uso próprio, a chamada produção “on farm”. A
outra proposta (PL 3668/21) sobre o tema está em análise no Senado.
Com 40 anos de pesquisa sobre o tema, o professor do Laboratório de Ecologia Microbiana da
Universidade Estadual de Londrina (UEL) Galdino Andrade deixou claro um dos principais entraves do
setor. “Registro do insumo: aqui está o grande gargalo, principalmente para as startups, entre as
quais me incluo. A gente tem que diminuir o processo regulatório, porque ele é demorado, custoso e
burocrático”, reclamou.
Além de segurança jurídica, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) defendeu uma
regulação que também leve em conta as “seguranças ambiental, sanitária e econômica” e a
eficácia dos bioinsumos.
Pesquisadora da Embrapa, Cristhiane Amâncio mostrou o permanente desafio do setor acadêmico
para acompanhar o crescimento do mercado. “No intervalo de menos de dez anos, saímos de uma
realidade de 15 empresas cadastradas na produção de bioinsumos para mais de 200. A demanda por
conhecimento técnico cada vez aumenta mais, trazendo provocações para nós, no ambiente
acadêmico, de pensar possibilidade de viabilidade para que o agricultor possa fazer uso de um
sistema de produção mais sustentável”, disse.
Empresários do setor informaram que o Brasil é o maior mercado mundial de bioinsumos, com
crescimento anual de 32% e movimento de cerca de R$ 3,5 bilhões por ano. A perspectiva de novos
avanços vem da adoção de práticas inovadoras na agricultura e do fato de o País possuir uma das
maiores biodiversidades do planeta. Os representantes do meio empresarial também afirmaram que os
defensivos químicos continuarão a existir, mas poderão ser substituídos em até 50% pelos
bioinsumos, no futuro. As informações são da Agência Câmara de Notícias.
Revisão: Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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