Porto Alegre, 25 de maio de 2022 – A necessidade de redução da
dependência brasileira de fertilizantes estrangeiros foi tema de audiência
pública, nesta terça-feira (24), na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do
Senado Federal. Senadores da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA),
representantes do setor agropecuário, indústria e da Embrapa discutiram os
principais desafios, restrições e as exigências ambientais para a produção
de fertilizantes no Brasil.
Apesar da alta produtividade agrícola no país, o Brasil importa cerca de
80% do que atualmente utiliza em sua produção. Agora, com o conflito entre
Rússia e Ucrânia, a situação se agrava porque grandes companhias de
transporte marítimo interromperam operações na Rússia, principal exportador
desse tipo de produto para o país.
O senador Carlos Viana (PL-MT), membro da FPA, destacou que as
consequências do conflito envolvendo a Ucrânia e a Rússia trouxe riscos de
desabastecimento alimentar no mundo e alta na escala de preço dos
fertilizantes.
“O preço da importação do Fosfato Monoamônico (MAP fosfatado), por
exemplo, muito utilizado no Brasil, teve alta de 35% entre 10 de fevereiro e 10
de março. No mesmo período, o preço do MAP no mercado de Rondonópolis (MT)
subiu cerca de 30%. A uréia por sua vez teve aumento de 50% e no que se refere
ao potássio, nossa dependência é de 95%, onde praticamente metade disso é
fornecido pela Rússia e Belarus.
Segundo Viana, o Brasil se vê hoje diante de duas realidades: é incapaz
de produzir a maior parte de fertilizantes que o país precisa e fica
vulnerável às oscilações de oferta e preço. O senador alertou que os
resultados da guerra podem ser catastróficos para o Brasil. “Diante do que
precede, a elevada dependência de fertilizantes revela falta de planejamento e
de uma estratégia do nosso país em desenvolver estruturas industriais
domésticas que pudessem diminuir nossa dependência externa,” alerta.
Entre as possíveis soluções para reduzir a dependência, foram citados:
a busca de novos parceiros comerciais, o uso de fontes alternativas, o
investimento em tecnologia e infraestrutura e regulamentação do Marco Legal do
Licenciamento Ambiental (PL 2.159/2021).
Representante do Ministério da Agricultura, Luís Eduardo Rangel, sugeriu
a chamada diplomacia dos fertilizantes, ou seja, buscar novos parceiros
comerciais. “O que nós queremos até 2050 é transformar uma realidade de 85%
em 50%,” disse. Rangel entende que do ponto de vista de estratégia e
soberania, “ser autossuficiente hoje no mundo globalizado não parece ser uma
estratégia inteligente”. Ele explica que ter capacidade de reagir a esses
choques de ofertas internacionais “é estratégico e tem sido perseguido pelos
países do mundo como um todo,” completou.
O senador Esperidião Amin (PP-SC) lembrou que a longo prazo essa
hiperinflação desestimula a atividade no campo e ameaça a segurança
alimentar e a soberania do Brasil. “O preço desses fertilizantes deu uma
disparada, e o produtor rural que tinha comprado fertilizante no ano passado,
não tinha usado”. As informações são da FPA do Senado.
Revisão: Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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