Suinocultura

Folador defende a manutenção do equilíbrio para que o setor seja sustentável

19 de julho de 2019
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O bom momento que vive a suinocultura gaúcha é comemorado pelo presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador. Ele ressalta que o preço pago pelo suíno vem se recuperando, muito em função da peste suína africana que atingiu os rebanhos chineses, o que obrigou o país asiático a ampliar o volume importado do Brasil e de outros países. Diz que 2018 foi um ano difícil para a atividade e que, no momento, é preciso cautela para que no futuro próximo, quando a China normalizar sua produção, não haja excesso de oferta de carne suína.

Com a demanda em alta, os produtores têm recebido mais. Se comparado com o mesmo período do ano passado, Folador diz que o valor atual é até 40% maior. A fase é boa porque, além do incremento no valor pago, o custo de produção está equilibrado, com os preços do milho e do farelo de soja, principais insumos, estáveis. “Os preços que o produtor vem recebendo são valores que cobrem o custo de produção e deixam margem ao produtor. Porém, essa margem está sendo utilizada para recompor o caixa, para colocar em dia pendências que ficaram do período anterior dessa melhora no preço”, pontua o presidente. Ele se refere a 2018, quando a atividade passou por dificuldades em função do embargo russo à carne suína brasileira e à queda no valor pago no mercado externo. Sem essa exportação, a produção ficou retida no mercado nacional, baixando os preços. E, para agravar, o custo de produção ficou mais elevado, diminuindo consideravelmente os ganhos do produtor. “2018 foi um ano bastante complicado e apertado para o produtor. Essa recomposição das finanças é importante, traz de volta o equilíbrio econômico e financeiro da atividade para que o produtor possa fazer os investimentos e melhorias, sempre necessárias na produção”, avalia.

A animação com a reação do mercado pode trazer problemas, se não houver equilíbrio. Folador diz que a suinocultura está num momento positivo e é importante que produtores e o setor como um todo mantenham seus planteis, sem crescimento exagerado. Prospecta que a China vai, logo ali na frente, resolver seu problema e retomar sua produção. “Temos de melhorar sim, quem sabe crescer na produção, mas com calma, com cautela, para que lá na frente não tenhamos produção acima da demanda de mercado e venhamos a ter problemas com sobra de produto, trazendo prejuízo para todo o setor”, alerta.

Para o representante dos produtores, a perspectiva para a suinocultura gaúcha é boa para os próximos dois ou três anos, principalmente enquanto a China não consegue resolver a questão que afeta sua produção. “Temos de aproveitar esse bom momento, que deve perdurar até quatro anos, que é o tempo que leva até controlar os focos da doença e recompor sua produção. A suinocultura é uma atividade de ciclo médio e longo. Demora para iniciar um processo de produção, estabilizá-lo e ter suíno pronto para o mercado consumidor”.

Para aproveitar as oportunidades da melhor forma, Folador ressalta que produtores e toda a cadeia produtiva, precisam estar atentos aos movimentos do mercado, especialmente no tocante aos chineses. “Para que estejamos equilibrados e possamos ganhar mais com menos. A velha lei da oferta e demanda está mais em vigor do que nunca. Quanto mais oferta tivermos e demanda retraída, preços menores vamos receber pelos nossos produtos. Então o equilíbrio é importante para que o setor seja sustentável e consiga ganhar o suficiente para conseguir cobrir os custos e deixar margem”, alerta.

Representatividade

O presidente da Acsurs, entidade que tem sede em Estrela e foi fundada em 1972, ressalta a importância de o produtor estar vinculado à sua entidade representativa. Diz que a Acsurs, assim como a Associação Brasileira de Criadores de Suinos (ABCS) são importantíssimas na defesa dos interesses de produtores. São elas que trabalham as questões políticas relacionadas ao setor, incluindo as públicas, e agem junto aos órgãos governamentais estaduais e federais nas questões que possuem entraves ou dificultam o desenvolvimento e crescimento da atividade. “Levam ao setor público as demandas da classe produtiva. A Acsurs tem um papel fundamental nessa interlocução entre o produtor e os demais órgãos públicos e privados, defendendo os interesses do produtor e do setor como um todo. Sempre digo que a Associação é a voz do produtor da porteira para fora. Porque o produtor só vai conseguir ser ouvido, ser recebido e encaminhar os problemas que são do setor, de forma coletiva, quando você tem uma entidade que fala por todos”, salienta, destacando que é importante que o produtor participe, se mantenha próximo e dê apoio à sua entidade representativa.

Dia Estadual do Porco

Além da articulação em defesa dos produtores, a Acsurs também atua no fortalecimento da atividade e oferece, anualmente, um dia especial para quem atua na suinocultura. Trata-se do Dia Estadual do Porco, que neste ano chega à sua 45ª edição e será realizado em Frederico Westphalen, no dia 9 de agosto. “É um evento para reunir os produtores de todo o Estado. Um dia para os produtores atualizarem seus conhecimentos com os palestrantes que lá vão estar e vão falar sobre os temas da atualidade, incluindo a projeção de grãos e uma visão atualizada do mercado da carne suína internacional. É um evento que coloca a suinocultura na vitrine do Estado”, informa Folador.

Ele destaca a participação do economista agrícola Thiago Carvalho, pesquisador do Cepea-Esalq/USP, que vai falar sobre “O mercado de grãos e a produtividade suinícola” e do presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal – ABPA, Francisco Turra, que vai abordar “Desafios da proteína animal: cenários e perspectivas”. Além disso, o presidente da Acsurs reforça que é um dia para que o produtor troque ideias, conheça outros produtores e suas realidades e ainda se atualize sobre a suinocultura. Observa ainda que o Dia Estadual do Porco não é voltado apenas para o produtor e sim para todos que estão ligados à suinocultura. “É um evento político importante que a Acsurs desenvolve há 45 anos, dando esse destaque e valorizando os produtores. É importante que o produtor venha, participe. O 45º Dia Estadual do Porco tem o objetivo de mostrar a força e a importância do setor, do produtor, da associação”, afirma Folador, destacando a importância do apoio da prefeitura de Frederico Westphalen e de entidades que dão apoio para que a programação possa se realizar.

O 45º Dia Estadual do Porco, que tem como objetivo mostrar a força da suinocultura do Estado e oportunizar um momento político e técnico para produtores e demais profissionais relacionados à área de forma gratuita, irá iniciar às 7h30min nas dependências da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), com recepção e café da manhã. Já às 9h, ocorre a solenidade de abertura do evento, com composição de mesa oficial e pronunciamentos e, após, as palestras que vão tratar sobre o mercado da carne suína e grãos, como milho e soja.
Para participar do 45º Dia Estadual do Porco não há necessidade de inscrições antecipadas. Porém, as associações e núcleos de suinocultores, ou aqueles que organizarem grupos para participar do evento, devem informar a quantidade aproximada de participantes, por conta do número de almoços a serem servidos. As informações podem ser repassadas à Acsurs pelo fone 51 3712-1014 ou através do e-mail eventos@acsurs.com.br. Os cartões para o almoço devem ser adquiridos no local do evento.

Cotação semanal

Dados referentes a semana 22/11/2024

Suíno Independente kg vivo

R$ 9,53

Farelo de soja à vista tonelada

R$ 71,50

Casquinha de soja à vista tonelada

R$ 1.200,00

Milho Saca

R$ 1.975,00
Ver anteriores

Preço base - Integração

Atualizado em: 22/11/2024 17:50

AURORA* - base suíno gordo

R$ 6,35

AURORA* - base suíno leitão

R$ 6,45

Cooperativa Majestade*

R$ 6,35

Dália Alimentos* - base suíno gordo

R$ 6,35

Dália Alimentos* - base leitão

R$ 6,45

Alibem - base creche e term.

R$ 5,55

Alibem - base suíno leitão

R$ 6,30

BRF

R$ 7,05

Estrela Alimentos - creche e term.

R$ 6,10

Estrela Alimentos - base leitão

R$ 6,10

Pamplona* base term.

R$ 6,35

Pamplona* base suíno leitão

R$ 6,45
* mais bonificação de carcaça Ver anteriores

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