Agroindústrias e Cooperativas

Governo negocia liberação de vendas de carne suína da BRF para Rússia

23 de junho de 2014
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O Ministério da Agricultura (Mapa) está negociando com a Rússia a liberação do mercado de carne suína da unidade da BRF em Uberlândia, interior de Minas Gerais, que teve as exportações ao país europeu interrompidas desde quinta-feira (19), depois que a autoridade sanitária russa identificou a presença do aditivo alimentar ractopamina no produto do frigorífico brasileiro. A liberação foi tema da conversa do ministro Neri Geller com o vice-presidente russo Arkady Dvorkovitch, na última quarta, em Brasília.
O Brasil teria pedido à Rússia que não faça mais embargos à carne brasileira por irregularidades na qualidade do produto, sem o intercâmbio de informações entre as áreas técnicas dos departamentos fitossanitários de ambos os países. Do total de 22 unidades brasileiras com autorização para vender carne suína para o país, apenas oito estão liberadas. Os outros 14 frigoríficos estão sob restrição temporária, incluindo quatro plantas da BRF. As autoridades russas também desconfiam do uso de ractopamina na unidade da companhia em Rio Verde (GO, SIF 1001).

Para convencer o vice-presidente russo, Geller apresentou um estudo feito pelo Mapa, no qual foram avaliadas duas mil amostras de carne suína de diversos frigoríficos brasileiros e em apenas cinco delas foi constatada a presença de ractopamina, sendo que nenhum do lotes com o remédio teve como destino a Rússia.

Com a apresentação do resultado das amostras, o ministro Geller espera evitar novos embargos à carne brasileira. Além do caso recente da BRF, em outubro de 2013 o Serviço de Inspeção Agrícola e Criação de Gado (SIAG) da Rússia proibiu 10 frigoríficos brasileiros de fornecer carne ao mercado da União Aduaneira (UA), formada pelo mercado russo, a Bielorrússia e o Casaquistão. A proibição trouxe impacto para o fornecimento de carne bovina e suína de seis frigoríficos da JBS, dois da Minerva, um da Marfrig e um da Pamplona.

Na quarta passada, dia 18, a BRF informou por meio de comunicado que não usa a substância e disse que “até o presente momento, não foi notificada oficialmente sobre resultados de testes realizados pelas autoridades russas”.

O ministro deve ir à Rússia em setembro para conversar novamente com as autoridades do país. Será o terceiro encontro com representantes russos, na tentativa de vencer resistências à carne brasileira. Em maio, Geller esteve com diretor geral do Serviço de Fiscalização Veterinária e Fitossanitária da Federação da Rússia, Sergey Dankvert, durante a 82ª Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Paris.

O governo brasileiro acredita que a Rússia tem aplicado embargos sanitários para pressionar os preços da carne enviada pelo Brasil.

– Nós vamos acompanhar isso de perto para não deixar que alguns países usem isso para derrubar o preço da produção nacional – afirmou Geller.

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