Porto Alegre, 29 de março de 2016 – Mato Grosso do Sul, no sistema
tradicional de cultivo agrícola, consegue colher em um ano duas safras de
grãos . Entretanto, com a instalação da irrigação, este patamar se elevaria
com praticamente uma safra a mais por ano, resultando no possível aumento
superior a sete milhões de toneladas de grãos produzidos no Estado. O tema foi
amplamente abordado em dois encontros ocorridos na semana passada com a
presença de representantes do Sistema Famasul – Federação da Agricultura e
Pecuária de MS.
“A irrigação é usada em caso emergencial, é uma suplementação, que
pode modificar o cenário agrícola local”, afirma a consultora técnica da
instituição, Daniele Coelho, enfatizando que a safra, que pode ser conquistada
com o sistema, é enquadrada dentro do período já estabelecido por lei,
respeitando o vazio sanitário e outras medidas preventivas, considerando que,
sem a estiagem, é possível inserir mais uma safra em dois anos.
O primeiro encontro sobre irrigação foi realizado na sede da Casa Rural,
com a participação de nove membros da diretora da Associação dos Irrigantes
de Mato Grosso do Sul, representada por Paulo Lima. Além de Daniele, também
participou da reunião o gestor do Departamento Técnico da instituição,
Justino Mendes. A associação tem atualmente mais de 20 membros.
Para Daniele, o sistema apresenta dois obstáculos em sua expansão, o
primeiro é a energia elétrica, considerando que não há na zona rural
disponibilidade ideal de rede. “Há uma restrição de acesso e de capacidade
suficiente para viabilizar a expansão do sistema”. O segundo é o
licenciamento ambiental, diante das exigências que acabam inviabilizando o
processo de irrigação. “O excesso de burocracia desestimula o produtor a
investir. O produtor que opta pela adesão à irrigação já está em um nível
alto de precisão em sua linha de produção do agronegócio”.
O segundo encontro foi realizado na sede do Sindicato Rural de Campo
Grande, com consultores e produtores rurais ligados à irrigação, entre eles,
a consultora técnica do Sistema Famasul, Daniele Coelho, e o diretor de
Licenciamento Ambiental do Imasul – Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do
Sul, Ricardo Eboli. Com objetivo principal de sensibilizar o governo estadual
de que o Mato Grosso do Sul tem potencial para transformar 4 milhões de
hectares, atualmente com cultivos tradicionais, em sistema irrigados, trazendo
ganhos para diversos setores no Estado.
“Há produtores e consultores dispostos a encarar este desafio e, para que
haja esse avanço, precisamos de políticas públicas que nos apoiem nesta
evolução”, reforça Danielle. Durante a reunião, ficou acordado, com Eboli,
que o grupo elaborará um estudo técnico com contribuições do setor para
desburocratizar o licenciamento ambiental para a irrigação.
Sobre o Sistema Famasul
O Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS) é um
conjunto de entidades que dão suporte para o desenvolvimento sustentável do
agronegócio e representam os interesses dos produtores rurais de Mato Grosso do
Sul. É formado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar),
Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural (Funar), Associação dos
Produtores de Soja (Aprosoja/MS) e pelos sindicatos rurais do Estado.
O Sistema Famasul é uma das 27 entidades sindicais que integram a
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Como representante do
homem do campo, põe seu corpo técnico a serviço da competitividade da
agropecuária, da segurança jurídica e da valorização do homem do campo. O
produtor rural sustenta a cadeia do agronegócio, respondendo diretamente por
17% do PIB sul-mato-grossense. As informações partem da assessoria de
comunicação do Sistema Famasul.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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