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GRÃOS: Safra de milho recua em SC, mas produção de soja cresce – EPAGRI/CEPA

31 de agosto de 2023
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Porto Alegre, 31 de agosto de 2023 – Em números globais, nos últimos 10 anos, a área plantada
com milho em Santa Catarina caiu 150 mil hectares, ou seja, 15 mil a menos por safra na evolução
2013-2023. Os dados são da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Extensão Rural (EPAGRI/CEPA). Já
o sistema que monitora em separado a 1 e 2 safras, foi iniciada em 2015-2016 para o milho e em
2020-2021 para a soja. Conforme os relatórios oficiais, a área cultivada de milho na 1 colheita em
2022-2023, foi de 321,3 mil hectares e de 30,2 mil hectares na 2 safra, totalizando 351,6 mil
hectares. A produção chegou a 2,88 milhões de toneladas num período considerado satisfatório em
relação às médias de anos anteriores.

SOJA SEGUE O CAMINHO INVERSO

O caminho da soja é inverso, ou seja, nas últimas 10 safras, o crescimento em área plantada
foi de 200 mil hectares, ou seja, 20 mil hectares por ano a mais, batendo 732 mil hectares na 1
safra (2022-2023), e 57 mil hectares na 2, totalizando 789 mil hectares da oleaginosa, somando 2,98
milhões de toneladas em produção total, se configurando na maior área da série histórica. De
janeiro a junho de 2023, Santa Catarina exportou 979.467 toneladas de soja e derivados do complexo,
com previsão de bater 1,5 milhão de toneladas até dezembro.

VALOR DA PRODUÇÃO DA 2 SAFRA DE SOJA E MILHO

Os 57,1 mil hectares plantados com soja a partir de janeiro 2023 geraram uma produção de 2,
455 milhões de sacas e um valor de produção de R$ 324,4 milhões. No caso do milho, os 30,2 mil
hectares plantados a partir de janeiro 2023 geraram uma produção de 3, 176 milhões de sacas e um
valor de produção de R$ 168,1 milhões. Os valores somados das duas culturas alcançam um total
de R$ 492,5 milhões.

IMPACTOS DA PORTARIA SDA/MAPA No 840

A Secretaria de Agricultura de SC solicitou ao Ministério da Agricultura a revisão da portaria
datada de 07 de julho de 2023, que reduz o prazo para o plantio da soja até 29 de dezembro e prevê
que o estado terá revés irreversível na soja da 2 safra, bem como efeito negativo no milho, por
forjar a antecipação de semeadura nos altiplanos. O fornecimento de milho é um desafio para a
competitividade da agroindústria catarinense. Em 2023, em função do aumento da produção interna
do cereal no estado na safra 2022/23, a necessidade de aquisição de milho de outros estados e
importação teve uma redução em cerca de 1 milhão de toneladas em relação aos anos anteriores.
No entanto, a diminuição da área de cultivo poderá levar o estado a retomar a necessidade de
compras como aconteceu em 2021 e 2022, quando foram necessárias mais de 6 milhões de toneladas,
incluindo as importações superiores a 600 mil toneladas.

Já o pico de plantio da soja, seja para sementes ou finalidade comercial, ocorre em novembro e
corresponde a 54,5% da área plantada, evitando as geadas tardias, típicas em solo catarinense.
Conforme os técnicos do estado, a segunda safra de soja, plantada em janeiro e fevereiro, favorece
de forma inquestionável, a produção prévia de milho-silagem, principalmente nas pequenas
propriedades, traduzindo em quantidade alimentar ao gado no inverno.

A defesa para ampliar o atual prazo imposto pelo Ministério da Agricultura, de acordo com
Colatto, considera vários fatores como o expressivo aumento da produção leiteira no estado; a
sucessão milho-silagem/soja segunda safra nas pequenas propriedades;

O gigantesco déficit de milho-grão puxado pela pujante produção protética animal; a
proteção do solo após a colheita do tabaco e cebola; e a condição climática única verificada
em Santa Catarina em decorrência das geadas – o que exige plantio da soja após dezembro- além do
controle de pragas, fator que aperfeiçoa as ações de fiscalização dos órgãos de defesa
sanitária.

A solicitação reivindica que, para Santa Catarina, excepcionalmente para 2023/24, o plantio da
soja entre 21 de setembro a 10 de fevereiro, ou então, a manutenção dos prazos como em anos
anteriores. A nota também apresenta anexada como opção, um pedido complementar de proposta
regionalizada sincronizando datas de início e término de plantio com três divisões
regionalizadas, levando em conta as características técnicas e climáticas de cada uma delas.

Com informações da assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca de
Santa Catarina.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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