Porto Alegre, 25 de novembro de 2016 – A Secretaria Estadual da Agricultura
e Abastecimento estima mais uma safra recorde de 23 milhões de toneladas de
grãos no Paraná, 14% maior do que a safra passada. A expectativa dos
produtores paranaenses com as condições climáticas é grande nesta fase da
safra de verão 2016/2017 que já está quase totalmente plantada.
As três principais culturas, soja, milho e feijão apresentam bom
desenvolvimento no campo, mas pontos localizados em algumas regiões já sentem
a falta da chuva.
Clima
Segundo o secretário Norberto Ortigara, o desempenho da safra está
diretamente relacionado ao clima daqui para frente. A configuração do
fenômeno La Niña com mais intensidade já é sentida em algumas regiões do
Estado, em especial no Norte e Centro, onde o volume de chuvas tem sido menor.
“Ainda é cedo para prognósticos menos otimistas. Contudo, os produtores
precisam estar atentos às condições do clima dessa fase em diante até a
colheita da safra de verão que já está iniciando com o feijão da primeira
safra”, destaca.
Ele ressalta ainda que um bom planejamento de plantio escalonado, dentro
das recomendações da pesquisa com zoneamento agrícola, com assistência
técnica e uma boa conservação de solo nesta hora fazem a diferença, pois só
assim os riscos climáticos ficam amenizados.
Conservação de solos
O diretor do Deral (Departamento de Economia Rural), Francisco Carlos
Simioni, também destaca a importância da conservação de solos, o plantio
direto bem feito como formas para o produtor enfrentar os impactos dos eventos
climáticos, que estão mais acentuados nos últimos anos. ” A Secretaria já
vem alertando e trabalhando com programas de conservação e manejo integrado de
solo e água para orientar e incentivar os agricultores paranaenses a adotar
boas práticas agrícolas e minimizar perdas”.
Soja
No último levantamento realizado neste mês de novembro junto aos 22
núcleos regionais da Secretaria, 95% da área de soja já está semeada, tendo
se antecipado um pouco em relação ao ano passado. Segundo o economista Marcelo
Garrido, 98% da área plantada está em boas condições de desenvolvimento.
São 5,2 milhões de hectares e uma previsão de colheita de 18,3 milhões de
toneladas, 11% superior aos 16,5 milhões de toneladas colhidas na safra
passada.
Produção mundial
Garrido avalia que deverá haver uma produção mundial de soja maior este
ano, mas que os preços do grão devem se manter estáveis, devido ao câmbio
com tendência de valorização do dólar. “A soja está sendo comercializada
a R$ 68,00/sc, o que é considerado um preço bom, mas muitos produtores ainda
esperam uma reação positiva para aumentar a comercialização”. Até agora
13% dos grãos foram comercializados, enquanto que no ano passado, neste mesmo
período, este índice já tinha atingido os 33%.
Milho
A primeira safra de milho 16/17 apresentou uma recuperação de área, com
um aumento de quase 18% em relação à safra anterior. Com o fechamento do
levantamento de novembro, se consolida o número de 490 mil hectares, e uma
produção estimada em 4,3 milhões de toneladas. Segundo o analista do Deral,
Edmar Gervásio, desde 2012 não ocorria um aumento de área de milho no
Paraná.
Estresse hídrico
“O desenvolvimento das lavouras é bom, porém o estresse hídrico em
algumas regiões já começa a preocupar os produtores”, diz Gervásio. A
previsão de uma produção mundial do grão maior do que a do ano passado
também preocupa. “Na safra passada a produção chegou a 950
milhões/toneladas e este ano deve ultrapassar 1 bilhão/toneladas”, informa.
A safra americana, que responde por um terço da produção mundial, vai colher
quase 40 milhões de toneladas a mais. Mesmo com oferta maior, a avaliação é
que os preços devem ser manter em torno de a R$ 30,00/sc.
Safrinha
Em relação à segunda safra de milho para 2017 há também uma grande
expectativa de crescimento de área, especialmente pela ausência da segunda
safra de soja e também devido aos preços bem mais remuneradores do que em
outros períodos.
Feijão
O feijão das águas, primeira safra, está com uma área plantada de 191
mil hectares, 4% maior do que ano passado, e a produção esperada é de 352 mil
toneladas, 20% maior que a safra de 2015. Da área plantada, 84% estão com
boas condições de desenvolvimento, porém, o agrônomo Carlos Alberto Salvador
alerta que é grande a preocupação com a falta de chuvas. “Se a falta de
chuvas e prolongar, poderá prejudicar mais da metade da área que está na fase
de floração e frutificação”.
Preços
Os preços do feijão neste mês de novembro estão em torno de 193,00/sc
do grão de cor, o que representa uma redução de 20% em relação ao mês
passado. Segundo Salvador, o consumo de feijão é menor no verão, e os preços
devem se reduzir no curto prazo. O preço do feijão preto se manteve estável
em relação a outubro
Trigo
A colheita do trigo foi praticamente encerrada, e os resultados
surpreenderam positivamente com uma colheita de 3,4 milhões de toneladas de
grãos de excelente qualidade. Nem mesmo as chuvas ocorridas no último período
de colheita atrapalharam a produtividade ou a qualidade do grão, avalia Hugo
Godinho, responsável pela cultura no Deral.
Produtividade
“Em algumas regiões a produtividade chegou a 4 mil kg/ha, muito bom para
uma média geral que varia de 3 a 3,1 mil kg/ha”, destaca Godinho. A
diferença ainda é maior se comparada com o ano passado, quando a média
produtiva foi de 2,4 mil kg/ha. “O clima cooperou durante todo o período, do
plantio à colheita, e embora a área plantada fosse 19% menor do que ano
passado, a produção cresceu 3%”.
Oferta
Mesmo com estes bons resultados, os produtores estão preocupados com a
oferta mundial do grão que está maior e tem reflexo no preço de
comercialização. Neste mês a saca está avaliada em R$ 35,00, bem abaixo dos
custos de produção, o que desestimula o produtor a se manter na cultura.
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Francisco Carlos Simioni informou que os produtores aguardam com
expectativa o anúncio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
da política de comercialização. “O secretário Norberto Ortigara encaminhou
há um mês a reivindicação dos produtores que esperam que as portarias saiam
o mais rápido possível”, afirmou. Com informações da Agência de
Notícias do Paraná.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 16/05/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,42Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.835,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.250,00Milho Saca
R$ 71,00Preço base - Integração
Atualizado em: 15/05/2025 09:30