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GRÃOS: SNA prevê recorde histórico para safra em 2015

29 de dezembro de 2014
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Porto Alegre, 29 de dezembro de 2014 – Em meio às incertezas climáticas,
às tendências de queda na liquidez e de elevação dos juros no mercado
internacional, com impacto sobre os preços das commodities, o que podemos
esperar da próxima safra? De acordo com a Sociedade Nacional de Agricultura, a
produção brasileira de grãos tem grandes chances de surpreender.

“A safra de grãos de 2014/15 deverá superar 200 milhões de toneladas
– um recorde histórico para o País. Esse aumento de produção é esperado
em decorrência do pequeno crescimento na área plantada e da melhoria da
produtividade”, assinala o presidente da SNA, Antonio Alvarenga, que prevê
crescimento de 1,5% da área destinada ao plantio e produção 4% maior que a
safra anterior.

Apesar das boas perspectivas, Alvarenga reforça a influência do fator
clima. “Todas as previsões devem ser vistas com reservas, tendo em vista a
possibilidade de eventos climáticos que venham alterar a produtividade”, diz
Alvarenga.

CONTRIBUIÇÃO

No aspecto geral, o diretor da SNA, Helio Sirimarco, afirma que o cenário
mais provável para o próximo ano sugere uma contribuição menor do
agronegócio para a balança comercial brasileira. “Existem indicações de
queda ou estagnação das exportações do setor, com retração dos preços
médios dos produtos exportados. A equação pressupõe, ainda, que a produção
brasileira de grãos seguirá a trajetória antecipada pelos primeiros
levantamentos de safra”, ressalta.

“O valor das exportações do setor deverá cair em torno de 3% na
comparação com este ano, para alguma coisa ao redor de US$ 99,03 bilhões,
quase 1% abaixo do resultado de 2013, quando o agronegócio exportou US$ 99,96
bilhões. Provavelmente, teremos um pouco menos de exportações de soja e
milho, em receita, e um pouco mais de carnes e café”, complementa o diretor
da SNA.

SOJA

Para o presidente da SNA, a soja é o produto que terá melhor desempenho
na próxima safra, atingindo um total de 95 milhões de toneladas, o que
significa um crescimento de 10% em relação à safra anterior. O êxito do
complexo soja também é compartilhado por Helio Sirimarco.

“Podemos esperar um novo recorde de exportação, com algo próximo a
63.2 milhões de toneladas, das quais a soja em grão responderá por 48
milhões de toneladas, contra 46 milhões esperados para 2014, segundo previsão
da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove). Em
volume, o crescimento será de 5%, respondendo à demanda mundial, que continua
aquecida”.

CARNES E CELULOSE

Para as carnes, “as perspectivas permanecem positivas, o que não deverá
ocorrer para a celulose, frente à expectativa de excedente de oferta,
principalmente diante do baixo desempenho econômico e financeiro da economia
europeia”, observa o diretor da SNA.

Já a indústria de carnes, de acordo com Sirimarco, “espera manter a boa
fase, diante de problemas de oferta registrados nos principais concorrentes
brasileiros, afetados por questões sanitárias e dificuldades climáticas”.

Para o setor avícola, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA)
acredita numa expansão entre 3% e 4% nos volumes exportados em 2015. “Será
um ano positivo, mas não como em 2014”, prevê o diretor da SNA,
acrescentando que o desempenho das exportações do setor poderá ainda ser
potencializado pela crescente demanda por material genético produzido no País
e pela multiplicação de episódios de influenza aviária.

ALGODÃO E MILHO

Por outro lado, o algodão e o milho são produtos que irão sofrer queda
na produção, por conta da redução na área plantada. É o que explica
Antonio Alvarenga. “Os produtores reduziram a área plantada em conseqüência
da queda nas cotações internacionais desses produtos, o que significa menor
rentabilidade para o produtor”.

CAFÉ E CANA

Quanto à safra de café, Alvarenga antecipa uma significativa queda de
produção, em decorrência do longo período de estiagem em 2014. “Em algumas
regiões, a redução pode atingir 20% em relação ao ano anterior. Já a cana
de açúcar deverá sofrer uma redução 4% em relação ao ano anterior, tendo
em vista a estiagem e a grave crise que o setor atravessa”, ressalta. Com
informações da assessoria de imprensa da Sociedade Nacional de Agricultura.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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