Agroindústrias e Cooperativas

Greve dos caminhoneiros causa paralisação total na Aurora

23 de maio de 2018
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A Aurora Alimentos comunicou que, em consequência da greve que atinge o setor de transportes nas regiões onde estão instaladas as suas unidades produtivas, paralisará totalmente as atividades das indústrias de processamento de aves e suínos em Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul (inicialmente) na quinta (24) e sexta-feira (25).

Em nota, a empresa afirma que a suspensão total das atividades “tornou-se imperativa e inevitável em razão dos efeitos do movimento grevista que impede a passagem dos caminhões que transportam todos os insumos necessários ao funcionamento das indústrias e, também, o escoamento dos produtos acabados para os portos e os centros de consumo”. A capacidade de estocagem de produtos frigorificados – de 50 mil toneladas – está exaurida, destaca a Aurora.

No campo, as famílias rurais são as mais prejudicadas porque o mesmo movimento grevista impede o fornecimento de ração, pintinhos, material genético, remédios etc “aos milhares de produtores rurais, colocando em risco imensos planteis de aves, suínos e bovinos”. Ao mesmo tempo, diz a empresa, impede a retirada da produção agrícola e pecuária.

“Dessa forma, o sistema de produção no campo e na cidade ficou asfixiado e impossibilitado de operar em face da falência de suprimentos”, avalia a cooperativa central.

Sem fazer qualquer julgamento sobre a legitimidade ou a legalidade da greve, a Aurora Alimentos adverte para o sofrimento e as perdas que estão sendo impostas a milhares de famílias rurais, trabalhadores urbanos, micro e pequenas empresas da cadeia produtiva e ao sistema cooperativista.

Mesmo que, eventualmente, a greve venha a ser encerrada nas próximas horas ou dias, a paralisação das unidades industriais nesta semana não poderá ser cancelada em face das condições adversas que se criaram ao fluxo normal da produção.

Ainda de acordo com o comunicado, nesses dois dias em que as plantas industriais da Aurora estarão fechadas sete indústrias de aves e oito de suínos estarão sem operação; 28 mil trabalhadores diretos estarão dispensados temporariamente do trabalho; cerca de 8 mil produtores rurais terão que adotar regime de restrição alimentar aos plantéis de aves, suínos e bovinos.

A Aurora ainda contabiliza que a escassez ou falta de rações prejudicará “de forma insidiosa” o desenvolvimento de um plantel de 32 milhões de frangos e 1,2 milhão de mil suínos porque, quando o movimento dos caminheiros cessar, os prejuízos continuarão se manifestando nesses ativos biológicos mal-nutridos.

A estimativa da empresa é de que 2 milhões de aves e 40 mil suínos deixarão de ser processados apenas nesses dois dias; e 300 caminhões câmaras-frias/dia, 200 caminhões com cargas vivas/dia e 120 caminhões de ração/dia deixarão de circular.

Segundo o comunicado, tudo isso representa mais de R$ 50 milhões de prejuízos para toda a cadeia produtiva ancorada na Aurora Alimentos, “justamente em um ano em que a perda de mercados e problemas conjunturais já sacrificam severamente a agroindústria da carne com milhões em perdas”.

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