Agronegócio

Indústria de carnes enfrenta alta do milho apesar de safra recorde no Brasil

16 de setembro de 2015
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Indústrias de frango e suínos, principais compradoras de milho no mercado doméstico brasileiro, estão enfrentando uma alta nas cotações do grão em um momento de grande oferta após colheitas volumosas nos principais Estados produtores, o que eleva os custos com a ração para os animais.

A explicação para a alta dos preços em um momento de oferta abundante está no câmbio e no bom momento das exportações do País. A moeda norte-americana atingiu na quinta-feira (10/09) a maior cotação frente o Real desde outubro de 2002, com alta acumulada de cerca de 22,0% nos últimos três meses.

“Nós esperávamos preços mais baixos para o período. Na comparação com uma projeção de preço normal, hoje os custos de produção estão bem mais altos”, relatou o diretor de Compras da Cooperativa Aurora, Jacó Ritter, responsável pela originação em uma das maiores produtoras de aves e suínos do Brasil, com consumo de quase 1,4 milhão de toneladas de milho por ano.

Nos últimos três meses, o milho no mercado físico brasileiro acumula alta de 20%, segundo o indicador Esalq/BM&FBovespa. No mesmo período de 2014, a queda foi de 19,5% e, em 2013, o recuo foi de 5,6%.

A colheita de milho de Mato Grosso, principal produtor do Brasil, foi encerrada há poucos dias. Já no Paraná, segundo produtor nacional, a colheita da safra de inverno alcança 96,0% da área.

Com a concorrência com a exportação, as indústrias realizam aquisições mais pontuais. Algumas consultorias estimam embarques do País em níveis próximos de recordes.

Ainda assim, a situação dos preços não gera preocupação excessiva nas empresas do setor.

“A avicultura está acostumada com esse processo (de volatilidade de preços)”, disse o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar, Curitiba/PR), Domingos Martins.

Ele lembrou também que o Brasil tem “estoques confortáveis” de milho no momento.

Após três safras acima de 80 milhões de toneladas – inclusive um recorde de 84,3 milhões em 2014/15 – o Brasil deverá fechar o atual ano comercial, em 31 de janeiro, com um estoque nunca registrado, de 14,3 milhões de toneladas, segundo projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab, Brasília/DF). O volume é suficiente para cerca de três meses de consumo do País.

Exportações de carnes. O milho mais caro eleva custos, mas não necessariamente elimina as margens da indústria, especialmente as que exportam carne de frango e de suínos.

“As empresas estão exportando numa quantidade representativa… E está se reajustando também o preço do produto no mercado interno”, destacou o presidente do Sindiavipar.

Com embarques recordes, mas queda no faturamento em dólar pelo preço mais baixo na exportação, é o câmbio que tem salvado a receita das indústrias.

Cotação semanal

Dados referentes a semana 22/11/2024

Suíno Independente kg vivo

R$ 9,53

Farelo de soja à vista tonelada

R$ 71,50

Casquinha de soja à vista tonelada

R$ 1.200,00

Milho Saca

R$ 1.975,00
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Preço base - Integração

Atualizado em: 07/11/2024 17:50

AURORA* - base suíno gordo

R$ 6,35

AURORA* - base suíno leitão

R$ 6,45

Cooperativa Majestade*

R$ 6,35

Dália Alimentos* - base suíno gordo

R$ 6,35

Dália Alimentos* - base leitão

R$ 6,45

Alibem - base creche e term.

R$ 5,55

Alibem - base suíno leitão

R$ 6,30

BRF

R$ 7,05

Estrela Alimentos - creche e term.

R$ 6,10

Estrela Alimentos - base leitão

R$ 6,10

Pamplona* base term.

R$ 6,35

Pamplona* base suíno leitão

R$ 6,45
* mais bonificação de carcaça Ver anteriores

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