Porto Alegre, 21 de setembro de 2015 – Diretores da Associação dos
Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) viajaram pela China durante
duas semanas. O objetivo foi verificar a infraestrutura e a logística do país
e entender como os chineses venceram desafios muitas vezes parecidos com os do
Brasil. As cidades no interior do país estão crescendo em ritmo acelerando,
com prédios e mais prédios sendo construídos para abrigar uma população que
começa a vir do campo para a cidade.
Em reunião na cidade de Chongqing com a diretoria da Sinotrans
Chongqing Corporation Ltda, empresa especializada em logística que explora,
principalmente a hidrovia do rio Yantzé, de Shangai a Chongqing, os brasileiros
reafirmaram o entendimento de que os modais hidroviário e ferroviário são os
mais competitivos. Sinotrans é um grupo estatal que está espalhado em
diversas unidades pelo país.
O valor do frete hidroviário é de 0,04 centavos de reminbi (moeda
chinesa) por tonelada por quilômetro. Já o frete ferroviário custa 0,12
centavos por tonelada por quilômetro, e o frete rodoviário custa 0,35 centavos
por tonelada por quilômetro. “Mais uma vez, vimos que há a necessidade de
investimentos em modais pouco utilizados no Brasil que diminuiriam
consideravelmente o custo da produção”, diz Ricardo Tomczyk, presidente da
Aprosoja.
A China é um país com algumas vantagens competitivas atualmente, como uma
grande estrutura ferroviária e a hidrovia. Entretanto, a Sinotrans, em
particular, tem uma pequena capacidade de recepção de granéis em Shangai. De
lá para Chongqing, esse volume precisa ser parcelado em navios de 3 mil
toneladas.
A comitiva conheceu ainda o pátio da China Railway Freight, que possui
condomínios logísticos e área alfandegada em Chongqing. Tem uma importância
estrutura significativa porque liga a cidade a Shangai e também ao porto de
Duisburg, na Alemanha. Este tipo de transporte ferroviário é muito utilizado
para produtos de alto valor agregado. “Não compensa levar este tipo de produto
pela hidrovia, pois pelo alto valor agregado ganha-se competitividade pela
velocidade da entrega. O frete não faz a diferença”, observa Ricardo Tomczyk.
Os diretores da Aprosoja conheceram também a unidade de commodities da
empresa na província de Shandong, no município de Qingdao, região nordeste do
país. É a maior empresa de logística da China, com faturamento de 150
milhões de renminbi.
De acordo com o diretor executivo da Sinotrans Shangdong, Yuzhong Wang, a
China tem uma relação estratégica com o Brasil. “Por enquanto, conhecemos o
Brasil na parte de minérios. A China tem algumas leis que limitam negócios com
alimentos”, afirmou.
Apesar disso, Wang acredita que a agricultura é uma tendência
estratégica para o futuro. “A China tem uma população de 1,4 bilhão de
pessoas que precisam de alimentos”, contou. Shandong é a província com maior
produção de alimentos, e também a que tem maior demanda, além de ter
diversas tradings e indústrias de beneficiamento de soja.
A China importou 44 milhões de toneladas de soja somente no primeiro
semestre de 2015, um crescimento de 7% em relação ao ano anterior. Atualmente,
segundo Yi Zhao, gerente geral da unidade de commodities da Sinotrans, há um
estoque de 6 milhões de toneladas de soja, um milhão a mais do que o mês
anterior. “Entendemos que a China deve continuar crescendo, mas vai desacelerar
um pouco o ritmo das compras”, diz Roger Augusto Rodrigues, diretor financeiro
da Aprosoja.
Os três portos da província importaram no primeiro semestre cerca de
15 milhões de toneladas de soja, um terço do total de grãos importados pela
China. A maior parte entrou pelo porto de Qingdao, com 8,4 milhões de
toneladas. Este porto tem cinco berços para atracar navios, por onde são
descarregadas 20 mil toneladas de alimentos por dia.
Há também oito ferrovias na região, o que interliga os modais. Segundo
os executivos da Sinotrans, em 24 horas são carregados 500 vagões. Para
armazenamento, são 16 silos com capacidade total de 180 mil toneladas. Um novo
porto está sendo construído para produtos a granel, com capacidade quatro
vezes maior que a atual.As informações partem da Assessoria de Comunioação
Social da Aprosoja.
Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 27/06/2025
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R$ 1.725,00Casquinha de soja à vista tonelada
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R$ 66,00Preço base - Integração
Atualizado em: 26/06/2025 13:30