MERCADO ÁSIA: Ações fecham em queda após China manter taxas de juros inalteradas

Porto Alegre, 20 de julho de 2023 – Os principais índices do mercado de ações asiático
fecharam o pregão desta quinta-feira em queda, refletindo a decisão da China de deixar os juros
inalterados. Além disso, os investidores também estavam digerindo uma série de dados econômicos
em toda a região, o que aumentou a incerteza em meio a preocupações sobre a desaceleração da
segunda maior economia do mundo.

O Banco Popular da China (PBoC) optou por manter suas principais taxas de juros inalteradas,
mesmo diante da atual desaceleração econômica do país. Essa decisão ocorre poucos dias após a
manutenção das taxas secundárias. No mês passado, o PBoC havia reduzido todas as suas taxas em
0,1 ponto percentual (pp), visando conter os impactos da desaceleração.

Uma das principais preocupações para os investidores é o relatório divulgado por Pequim no
começo da semana, que revelou que o Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu apenas 0,8% no
segundo trimestre. Esse número representa uma perda significativa de força em comparação ao
avanço de 2,2% registrado no primeiro trimestre do ano. Além disso, quando comparado ao mesmo
período do ano anterior, o crescimento do PIB chinês de 6,3% durante os meses de abril a junho
ficou abaixo das expectativas.

Diante dessa desaceleração econômica, o governo chinês tem buscado outras maneiras de
estimular o crescimento. Recentemente, foi anunciado que o país pretende ampliar o apoio às
empresas privadas e adotar medidas para incentivar o consumo.

Planos mais detalhados para impulsionar a economia da China devem ser anunciados nas próximas
semanas, depois que o Partido Comunista Chinês e o Conselho de Estado do país emitiram
conjuntamente uma declaração na quarta-feira, comprometendo-se a apoiar o setor privado, de acordo
com a economista do HSBC, Erin Xin.

“O setor privado da China tem sido há muito tempo a parte mais eficiente da economia, mas, com
a recente recuperação mostrando sinais de perder força, a confiança foi abalada”, diz Xin.
Embora possa levar tempo para que as medidas de apoio de Pequim revertam completamente o sentimento,
o HSBC vê a declaração como um passo bem-vindo para reenergizar a economia.

No Japão, o índice Nikkei caiu 1,23% em Tóquio, atingindo 32.490,52 pontos. Essa queda pode
ser atribuída a um possível ajuste realizado pelos investidores antes da publicação de novos
dados da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do país, prevista para esta noite.

“Salvo uma grande surpresa, o quadro da inflação permanecerá praticamente o mesmo após a
divulgação dos dados de junho. Ainda há pressão sobre o Banco do Japão para apertar a
política, já que a inflação deve permanecer acima da meta de 2% pelo 15º mês consecutivo. Isso
está tornando o argumento do BoJ de que a inflação alta é temporária mais difícil de engolir”,
diz o analista de mercado da Oanda, Kenny Fisher.

Confira abaixo a variação e a pontuação de fechamento dos índices asiáticos:

Nikkei 225 (Tóquio): -1,23%, 32.490,52 pontos
Hang Seng (Hong Kong): -0,13%, 18.928,02 pontos
Xangai Composto (Xangai): -0,92%, 3.169,52 pontos
Kospi (Seul): -0,31%, 2.600,23 pontos

As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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