Suinocultura

Mercado de suínos da Argentina quebra recordes, diz publicação

21 de maio de 2018
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O país vizinho ainda está bem longe de se aproximar do Brasil em termos de produção de porcos. Enquanto a Argentina contabiliza pouco mais de 5 milhões de cabeças, a produção brasileira ultrapassa os 40 milhões, segundo números apresentados pela Pig Progress.

No entanto, não há como negar que a produção de suínos na Argentina teve grande crescimento na última década. Conforme a organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o número de porcos no país vizinho permaneceu razoavelmente estável entre 2000 e 2010, com em torno dos 2 milhões de cabeças. Depois de 2010, por outro lado, o estoque total subiu rapidamente, atingindo 5,1 milhões.

Distribuição pelo país

A produção de suínos pode ser encontrada em toda a Argentina, diz a publicação holandesa. No entanto, há uma concentração de fazendas no norte da província de Buenos Aires, no sul da província de Santa Fé e no coração da província de Córdoba, todas relativamente próximas à capital do país, Buenos Aires. Juntas, estas três províncias respondem por aproximadamente 60% da produção total de suínos na Argentina.

As circunstâncias para a produção de suínos na Argentina são boas, com uma densidade populacional relativamente baixa e livre de várias doenças, principalmente a febre aftosa. O último surto conhecido ocorreu em 2006 e hoje o país tem o status de “livre de febre aftosa”.

Números do governo contribuem para explicar o desenvolvimento recorde do setor. Em termos de consumo, em 2016, um recorde de 12,88 kg de carne suína foi ingerido per capita. Este número foi o maior número desde 1992.

Em termos de produção, tendências semelhantes podem ser observadas. Em 2016, o Ministério da Agricultura relatou um aumento ano a ano na produção de carne suína de 7,7% em comparação com 2015 (522.428 toneladas vs. 485.100 toneladas). Isso refletiu número de suínos abatidos (+ 8,4%) no mesmo período de tempo. Em 2016, um total de 5.986.561 animais foram abatidos contra 5.523.715 suínos no ano anterior.

Principais impulsionadores do crescimento

Um dos principais impulsionadores do crescimento é o aumento da quantidade de frigoríficos, tanto no setor privado quanto no setor público. Em 2016, mais seis entraram em operação, garantindo que a Argentina tivesse um total de 261. Segundo especialistas, a abertura de novas plantas frigoríficas em todo o país permitiu o crescimento da produção de suínos.

Outro grande impulsionador foi a mudança de hábito do consumidor em relação à carne suína. Eles gradualmente aprenderam a apreciar as propriedades nutricionais da carne de porco – seus minerais, vitaminas e baixo teor de gordura. “Todas estas vantagens vieram de mãos dadas com um preço mais acessível em comparação com carne ou frango”, ressalta Pig Progress.

O cardápio argentino

Em termos de carne de porco, os mais populares são os embutidos. Quando a carne de porco fresca é consumida, geralmente é utilizada carne de porcos desmamados.

De acordo com os registros de 2014, no total, 71 frigoríficos argentinos podem abater suínos com mais de 22 kg. Para isso, recebem aprovação oficial da Senasa, órgão independente, encarregado da vigilância, regulamentação e certificação de produtos de origem animal e vegetal.

A maioria desses frigoríficos está habilitada para fabricar frios e os embutidos; além disso, 42 deles também podem abater leitões desmamados com menos de 22 kg.

Nos últimos anos, o volume de abate de suínos aumentou para cerca de 20% ao ano. Metade da produção total é produzida por quatro processadores, que são os mais desenvolvidos em termos industriais e de tecnologia setor.

Argentina de relance

Em teoria, o potencial de produção de carne suína na Argentina é enorme, avalia a Pig Progress. Com uma população predominantemente católica, não há razões religiosas para as cerca de 43 milhões de almas não comerem carne de porco. O país tem muito espaço também. Com 2,8 milhões de km2, o país tem quatro vezes o tamanho do Texas, e até mesmo 5,5 vezes maior que a Espanha. O que pode impedir o desenvolvimento do negócio de suínos do país é o recente acesso que foi concedido aos Estados Unidos para retomar as exportações para a Argentina.

Exportações e um novo projeto

Além da expansão no mercado doméstico, há mais oportunidades para se pensar em um maior crescimento: as exportações. Afinal, em outras partes do planeta há uma demanda tanto por carne quanto por subprodutos. Tendo o potencial de abastecer o mercado doméstico, bem como aqueles no exterior simultaneamente, a Argentina tem uma vantagem competitiva sobre muitos outros países do mundo.

Entre 2015 e 2016, as exportações da Argentina cresceram 26,65%, de 9,4 toneladas para 11,9 toneladas. Os principais destinos da carne argentina foram Hong Kong, Rússia e África do Sul, que juntos receberam mais de 80% da fatia.

Por tudo isso, em outubro de 2015, foi criada a cooperativa “Argenpork”, um consórcio de empresas exportadoras de carne suína do país vizinho. A cooperativa, apoiada pela Associação Argentina de Produtores de Carne Suína, consiste em um total de 12 empresas produtoras de carne suína. Dentre as principais empresas, estão Cabaña Argentina (Pacuca), Isowean e Porcomagro. Em conjunto, eles esperam encontrar mais mercados para um produto que o mundo precisará em quantidades cada vez mais elevadas.

Cotação semanal

Dados referentes a semana 05/07/2024

Suíno Independente kg vivo

R$ 7,25

Farelo de soja à vista tonelada

R$ 2.170,00

Casquinha de soja à vista tonelada

R$ 1.300,00

Milho Saca

R$ 64,00
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Atualizado em: 05/07/2024 14:00

AURORA* - base suíno gordo

R$ 5,55

AURORA* - base suíno leitão

R$ 5,65

Cooperativa Majestade*

R$ 5,55

Dália Alimentos* - base suíno gordo

R$ 5,50

Dália Alimentos* - base leitão

R$ 5,65

Alibem - base creche e term.

R$ 4,70

Alibem - base suíno leitão

R$ 5,55

BRF

R$ 5,35

Estrela Alimentos - creche e term.

R$ 4,52

Estrela Alimentos - base leitão

R$ 5,60

JBS

R$ 5,30

Pamplona* base term.

R$ 5,55

Pamplona* base suíno leitão

R$ 5,65
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