MERCADO EUROPA: Ações fecham em queda em meio a temores sobre crescimento econômico

Porto Alegre, 29 de setembro de 2022 – Os principais índices de ações do mercado europeu
fecharam o pregão desta quinta-feira em queda, à medida que se intensificam os temores sobre o
crescimento global em meio à alta da inflação, aperto monetário e guerra na Ucrânia. A falta de
apetite por risco na Europa foi intensificada após a primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss,
defender um polêmico plano fiscal.

Falando à rádio BBC nesta quinta-feira, Truss defendeu seu controverso plano fiscal, que
envolve amplos cortes de impostos e aumento de gastos, e minimizou a reação negativa dos mercados,
ao dizer que está disposta a tomar “decisões difíceis” para garantir a recuperação da economia
britânica.

Nos últimos dias, a libra atingiu mínima histórica frente ao dólar e o rendimento do Gilt de
10 anos saltou aos maiores níveis desde 2008, em reação ao pacote, obrigando o Banco da
Inglaterra (BoE) a intervir.

Os mercados financeiros têm enfrentado um período de fortes oscilações nas ações globais
diante das expectativas de desaceleração econômica e da persistente alta da inflação.

O relatório de pedidos de seguro-desemprego dos Estados Unidos, divulgado mais cedo, trouxe uma
quantidade menor de novos pedidos do que a esperada – o que sinaliza ao Federal Reserve (Fed, o
banco central norte-americano) um aumento mais expressivo das taxas de juros.

Na Alemanha, o índice de preços ao consumidor subiu 10% em setembro em base anual, de acordo
com dados de hoje do Destatis. Segundo uma avaliação do Instituto Alemão para Pesquisa Econômia
(DIW) divulgada na quarta-feira (28), o país já enfrenta recessão.

“O forte aumento da inflação na Alemanha em setembro não pode ser explicado por fatores
temporários. Com pesquisas de negócios mostrando que a pressão sobre os preços continua forte e
o mercado de trabalho provavelmente permanecerá apertado apesar da recessão que se aproxima, a
inflação alta parece destinada a se tornar mais arraigada”, diz a economista de mercados na
Capital Economics, Franziska Palmas.

Ainda na frente de dados, o índice de sentimento econômico da zona do euro caiu neste mês ao
menor nível desde novembro de 2020, segundo informou hoje a Comissão Europeia, em meio a uma
série de crises que ameaçam a atividade do bloco.

A guerra na Ucrânia também segue pressionando os investidores. O presidente da Rússia,
Vladmir Putin, realizará amanhã (20) uma cerimônia para anexar formalmente quatro regiões
ucranianas controladas pelas forças russas, escalando ainda mais o conflito de Moscou com Kiev e o
ocidente.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices europeus no fechamento:

FTSE-100 (Londres): -1,77%, 6.881,59 pontos
DAX-30 (Frankfurt): -1,85%, 11.957,72 pontos
CAC-40 (Paris): -1,77%, 5.668,00 pontos
FTSE MIB (Milão): -2,40%, 20.353,0 pontos
IBEX-35 (Madri): -1,83%, 7.305,70 pontos
SMI-20 (Zurique): -0,96%, 10.123,10 pontos
PSI-20 (Lisboa): -1,72%, 5.292,38 pontos

As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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