Suinocultura

Micropartícula de capim-limão usada como aditivo para suínos tem patente concedida no exterior

2 de agosto de 2017
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Uma micropartícula composta por óleos essenciais de capim-limão e palmarosa que pode ser empregada como um aditivo nutricional às rações de suínos e que possibilita o controle de doenças ocasionadas por enterobactérias teve patente concedida no exterior e está chegando ao mercado norte-americano e europeu. A tecnologia permite substituir antimicrobianos sintéticos que são usualmente utilizados como promotores do crescimento animal.

Desenvolvida por pesquisadores do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA) da Unicamp, a micropartícula é uma tecnologia sustentável e desenvolvida de maneira natural. Em outras palavras, trata-se de um antimicrobiano que, ao ser adicionado à ração, promove o controle de doenças entéricas – como a colibacilose pós-desmame, entre outras, ocasionadas por bactérias presentes nas fezes dos animais -, além de proporcionar a melhora da saúde intestinal, fazendo com que o organismo absorva melhor os nutrientes.

A pesquisadora Marta Cristina Teixeira Duarte, coordenadora dos estudos, conta que há um grande interesse por parte desses mercados em absorver a tecnologia, uma vez que a prática da utilização de antibióticos como aditivos sintéticos na ração tem contribuído para o surgimento das chamadas superbactérias. “Vários dos aditivos utilizados para este fim são antibióticos prescritos para tratamento de infecções em humanos. Por descuido ou falta de cuidado nos sistemas de produção em pequena escala (porque nas grandes agroindústrias há maior controle) podem ocorrer resíduos desses antibióticos na carne dos animais (quando o abate dos animais não respeita o período de carência/retirada indicado em bula), e ao longo dos anos, propicia a resistência aos antimicrobianos em humanos através da cadeia alimentar”, explica à agência Inova/Unicamp.

Com foco na suinocultura, a tecnologia já passou por testes que comprovaram sua eficácia in vivo. A pesquisadora comenta que, para a inserção em outros mercados, de novos produtos, à partir da tecnologia, é preciso que esta se adeque à legislação e às normas dos órgãos regulatórios locais. “Pode acontecer que para comercializar nesses países, tenhamos que registrar o produto nos órgãos reguladores locais, como FDA e EMEA, e que existam algumas exigências para as quais tenhamos que adaptar a tecnologia. Mas, não seria uma mudança na tecnologia em si e sim no produto oriundo da mesma”, comenta.

A patente teve sua estratégia de proteção definida pela Agência de Inovação Inova Unicamp, por meio da área de propriedade intelectual e, a área de parceria foi responsável pelo êxito do licenciamento em caráter exclusivo, em 2014, para a Ourofino Saúde Animal, cotitular da patente. “A concessão de patentes é o resultado de um trabalho técnico e especializado em propriedade intelectual de qualidade e permite que nossos ativos intangíveis sejam robustos favorecendo a transferência para a indústria”, afirma Patrícia Leal Gestic, diretora de propriedade intelectual. A tecnologia contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Com informações Inova/Unicamp.

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