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MILHO: Aumentar produção é desafio em SC – FAESC

10 de fevereiro de 2021
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Porto Alegre, 10 de fevereiro de 2021 – O Brasil está vivendo novamente um
período de escassez na oferta de milho e, por consequência, de preços
superaquecidos. A situação é confortável para o produtor de milho, mas
preocupa sobremaneira os criadores de aves e suínos e os pequenos frigoríficos
que não exportam.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa
Catarina (FAESC), José Zeferino Pedrozo, deixa bem claro que a entidade defende
os produtores rurais. A Federação estimula o aumento da produção de milho
para reduzir o enorme déficit de Santa Catarina, mas entende que está havendo
clara preferência pela soja em razão de custos de produção menores e preços
remunerativos melhores.

Não há previsão de que os preços recuem nos próximos meses porque o
cenário é mais de escassez do que de especulação. Por isso, é preciso uma
política especial de estímulo à produção de milho com participação do
governo e das próprias agroindústrias. Ao mesmo tempo é necessário criar
linha de crédito para que os consumidores de milho (especialmente avicultores e
suinocultores) tenham acesso a esse insumo antes que ele se torne inacessível.

Santa Catarina possui o mais avançado parque agroindustrial do Brasil,
representado pelas avançadas cadeias produtivas da avicultura e da
suinocultura. Essa fabulosa estrutura gera uma riqueza econômica de mais de 1
bilhão de aves e 12 milhões de suínos por ano, sustenta mais de 150 mil
empregos diretos e indiretos e gera bilhões de reais em movimento econômico.

O principal insumo que fomenta essa megaestrutura é o milho. De tempo em
tempos as agroindústrias e os criadores de aves e suínos são abalados pela
escassez de milho, ou por questões climáticas, ou sanitárias ou
mercadológicas. Em razão dos gigantescos volumes necessários e dos preços
que o grão atinge, muitas operações são inviabilizadas no campo e na cidade,
e muitas indústrias vão à bancarrota.

Nesse momento, todos esses fatores se associaram para criar uma situação
de escassez e de preços altos. Santa Catarina necessita pelo menos de 7
milhões de toneladas para alimentar sua agroindústria e a produção interna
seria de 2,7 milhões de toneladas. Seria, porque seca, excesso de chuvas e
praga baixaram essa previsão para 1,7 milhão de toneladas.

Dessa forma, o grão ficou caro e escasso, portanto, com preço em
contínua ascensão: mais de R$ 85,00 a saca de 60 kg. A situação somente irá
melhorar no segundo semestre, com a entrada da safrinha.

Pedrozo mostra que o milho escasso e caro também cria percalços para
outros setores do agronegócio. Os próprios produtores de leite, em face da
insuficiência do milho-silagem, sentiram o aumento de custos na aquisição de
milho comercial. Da mesma forma, os confinadores de gado bovino de corte, que
empregam milho na fase final de engorda, praticamente encerraram essa modalidade
de manejo. Até os produtores de ovos sentiram os efeitos. Enfim, o insumo
milho afeta as principais cadeias do agro.

Embora seja tão essencial, a cultura do milho está encolhendo em
território catarinense. Em 2005, 106 mil produtores rurais cultivavam 800 mil
hectares. Nesses 15 anos, a área plantada foi se reduzindo paulatinamente e, em
2020, foram cultivados 330 mil hectares de lavouras.

A safra nacional de milho que já está sendo colhida deve render 20
milhões de toneladas. Isso indica que faltará milho já neste primeiro
semestre no mercado brasileiro e essa situação deve se manter até a entrada
da safrinha que ainda não foi plantada e que deve (pode) gerar 80 milhões de
toneladas a partir de julho/agosto.

Parece que tudo conspira para a escassez de milho no mercado doméstico.
Várias usinas de etanol de milho entram em funcionamento do Brasil central,
este ano, enxugando mais de 5 milhões de toneladas. O câmbio estimula as
exportações. A produção global prevista em 1,1 bilhão de toneladas deve
cair 30 milhões. O consumo é crescente em todos os continentes.

A indústria e os criadores enfrentaram com sucesso esse quadro, no ano
passado, somente porque as exportações sustentaram excelentes preços, mas
essa situação não se perpetuará. Quando as exportações recuarem em volume
ou em preços, o câmbio mudar e a Selic subir, ficará insustentável
transformar proteína vegetal em proteína animal com os atuais preços do milho
e do farelo de soja.

EQUILIBRIO E ESTIMULO

A FAESC defende o equilíbrio da cadeia produtiva de forma que produtor e
indústria tenham ganhos compatíveis e que o consumidor possa comprar os
alimentos, obtendo sustentabilidade econômica e perenidade social. O
agronegócio catarinense articula várias iniciativas para reverter o quadro do
superencarecimento de milho que afeta as maiores cadeias produtivas e ameaça
causar pesados e irreversíveis prejuízos à avicultura e à suinocultura
industrial.

Insumo escasso representa encarecimento para os produtores rurais e para as
agroindústrias e gera um “efeito dominó” porque, por via de
consequência, os alimentos (especialmente a carne) tornam-se mais caros para o
consumidor.

José Zeferino Pedrozo enfatiza que é preciso perseverar na busca da
autossuficiência catarinense, mas isso exige uma robusta política de apoio ao
setor com várias frentes. Uma delas é a criação de uma linha de crédito
para que os consumidores de milho (sejam criadores de aves e suínos ou
agroindústrias) se abasteçam do produto. Da mesma forma, é necessário criar
uma linha de crédito de longo prazo para financiar a construção de armazéns
dotados de secadores e, também, a irrigação das lavouras. Só então teremos
produtividade e estoques reguladores, podendo, assim, prevenir essas cíclicas e
devastadoras crises de encarecimento do cereal-rei.

O presidente da FAESC aponta que o governo e o setor produtivo tentam diminuir a
dependência externa. Para estimular a produção de milho e o aumento geral da
produtividade nas lavouras, o Governo do Estado lançou, neste mês, o Programa
Terra Boa 2021 com mais recursos e tecnologias à disposição dos produtores
rurais de Santa Catarina. Em sua nova edição, a iniciativa terá R$ 56,5
milhões para apoiar a aquisição de sementes de milho, calcário e kits para
melhoria de pastagens e do solo, além do incentivo à apicultura e à
meliponicultura. Em 2021, o Terra Boa incentivará a aquisição de 200 mil
sacas de milho; 300 mil toneladas de calcário; 3 mil kits forrageira; 500 kits
apicultura e mil kits solo saudável. O Programa terá R$ 5 milhões a mais de
recursos e o Governo do Estado pretende ampliar o número de beneficiários. No
último ano, foram mais de 70 mil famílias rurais atendidas.

Um dos grandes objetivos do Terra Boa é incentivar a produção de milho
em Santa Catarina e, assim, diminuir a dependência externa. Boa parte desse
milho fica nas propriedades rurais e se destina a silagem, sendo consumido pelo
gado leiteiro. O Programa é umas das políticas públicas mais tradicionais
para o meio rural de Santa Catarina e é implementado em convênio com a
Fecoagro. Com informações da assessoria de imprensa da FAESC

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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Cotação semanal

Dados referentes a semana 15/08/2025

Suíno Independente kg vivo

R$ 8,57

Farelo de soja à vista tonelada

R$ 1.665,00

Casquinha de soja à vista tonelada

R$ 1.400,00

Milho Saca

R$ 68,75
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Preço base - Integração

Atualizado em: 19/08/2025 08:45

AURORA* - base suíno gordo

R$ 6,60

AURORA* - base suíno leitão

R$ 6,70

Cooperativa Majestade*

R$ 6,60

Dália Alimentos* - base suíno gordo

R$ 7,00

Dália Alimentos* - base leitão

R$ 7,00

Alibem - base creche e term.

R$ 5,75

Alibem - base suíno leitão

R$ 6,60

BRF

R$ 7,30

Estrela Alimentos - creche e term.

R$ 6,40

Estrela Alimentos - base leitão

R$ 6,40

Pamplona* base term.

R$ 6,60

Pamplona* base suíno leitão

R$ 6,70
* mais bonificação de carcaça Ver anteriores

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