SAFRAS (24) – Os produtores rurais foram pegos de surpresa com a chuva que
caiu em Mato Grosso nesta semana. De acordo com a Somar Meteorologia, a frente
fria que avançou do Sul para o Sudeste carregou umidade da Amazônia e, assim,
formou-se um corredor de nuvens carregadas entre o Norte e o Sudeste do Brasil,
em cima de Mato Grosso. Com o enfraquecimento do fenômeno El Niño, essa frente
fria foi mais forte que outras, causando a chuva no estado.
Além de atrapalhar o ritmo da colheita de milho, que já está em 48% da
área no estado, a umidade pode trazer consequências graves se não for dada
atenção especial às plantas guaxas. “A chuva deixa o ambiente ainda mais
propício para o nascimento de plantas voluntárias, que podem ser ponte verde
para a ferrugem asiática”, alerta Nery Ribas, diretor técnico da
Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT).
O cuidado com as lavouras e com áreas nas rodovias próximas às
propriedades já está no calendário dos produtores rurais de Mato Grosso, que
precisam destruir a soja guaxa especialmente no período do Vazio Sanitário,
que é de 15 de junho a 15 de setembro. Porém, há muita perda no transporte
dos grãos da lavoura até os armazéns e pelas rodovias – e isto pode
favorecer o crescimento de plantas nas vias públicas.
A Aprosoja-MT, preocupada com a sobrevivência destas plantas guaxas,
encaminhou pela segunda vez nesta semana ofícios para as prefeituras dos
municípios que são Núcleos da associação solicitando a destruição no
perímetro urbano. “Os produtores estão fazendo seu papel, o Instituto de
Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) está fiscalizando e notificando, e
agora precisamos que o poder público municipal também aja”, diz Ribas.
A associação também procura encontrar uma forma de atuação conjunta
com os governos estadual e federal para acabar com a soja guaxa em rodovias. A
dificuldade é a extensão da área cultivada com soja em Mato Grosso. Enquanto
a área cultivada com algodão é de 700 mil hectares, a soja está presente em
8,2 milhões de hectares e em 90% dos municípios mato-grossenses. “Além
disso, precisamos de autorização do IBAMA e do DNIT para fazer a operação
nas rodovias, em locais que não tenha propriedades com soja, como as serras,
por exemplo”, lembra Nery Ribas. O diretor técnico informa que esta
autorização já foi solicitada em anos anteriores, mas não houve retorno
positivo.
O delegado coordenador da Aprosoja-MT em Sapezal, Diego Dal’Maso, está
atento ao trabalho da prefeitura. Segundo ele, depois de receber o ofício da
associação, o governo municipal arrancou as plantas. Entretanto, como ainda
está sendo realizado carregamento de soja nos armazéns, os grãos caem ao
chão e, com a chuva, germinam. “Nós temos que fazer o nosso papel, que é
eliminar as guaxas e fiscalizar para que os outros envolvidos façam a sua
parte”, frisa Dal’Maso. As informações partem da Assessoria de
Comunicação da Aprosoja (MT).
(CBL)
Cotação semanal
Dados referentes a semana 22/11/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 9,53Farelo de soja à vista tonelada
R$ 71,50Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 1.975,00Preço base - Integração
Atualizado em: 22/11/2024 17:50