De acordo com a TF Agroeconômica, os preços do mercado interno estão atingindo um ponto de equilíbrio, 18,57% mais alto do que antes das importações. Na visão dos analistas de mercado, os valores do cereal nacional “deverão se manter elevados até janeiro e fevereiro próximos”.
“A liberação das importações de milho sem taxas de importação de países fora do Mercosul não aliviou os custos dos principais consumidores, muito ao contrário, elevou-os em aproximadamente 18,57% acima dos preços do mercado interno na data da liberação. Isto porque os custos do milho importado chegam aos consumidores brasileiros com este percentual de elevação em relação aos preços no dia da liberação das importações. Isto estabeleceu um novo teto para as altas do milho no mercado interno, que rapidamente buscaram ocupar este espaço e estão há 4 dias andando de lado, confirmando esta acomodação”, explica a TF.
Na opinião dos analistas da TF Agroeconômica os fatores que estão influenciando o comportamento dos preços no Brasil são os seguintes:
Fatores de alta
*Pouca disponibilidade no mercado interno; produção nacional está 95,17% comercializada, com 3 meses de consumo antes da nova safra,
*Continuação da demanda pelo setor de carnes exportadas que acompanham as altas do dólar,
*Altos preços do milho importado, que chega no mercado 18,57% mais elevado que o preço do milho nacional na data da liberação.
Fatores de baixa
*Preços demasiadamente altos para os consumidores, especialmente ovos e leite, que usam 63,21% de milho em grão, segundo a Embrapa,
que vendem seus produtos em reais, não se beneficiando das altas do dólar,
*Liberação das importações de milho sem taxas de importação, que aumentam a disponibilidade e descomprimem a pressão do mercado,
*Preços internacionais em queda: Chicago caiu $ 21,75 cents/bushel na semana e o físico FOB –US$ 9,5/t no Brasil e – US% 7,40/t nos EUA,
*Preços próximos aos do milho importado, estabelecendo um teto para os preços do trigo nacional, acima do qual não deverá subir.
CONCLUSÕES
Os preços do milho nacional deverão se manter elevados até janeiro e fevereiro próximos, quando entra a (pequena) safra de verão no Brasil, mas poderão retornar à alta entre os meses de maio e julho, quando inicia a colheita da safra de Inverno (Safrinha). De qualquer maneira, é certo que:
a) tanto a nova safra de verão quanto a Safrinha começam com preços e lucros maiores do que o ano passado, sinalizando que os agricultores terão um ano de excelente lucratividade;
b) a demanda externa, especialmente da China está confirmada (vide notícia abaixo), prometendo novamente enxugar a disponibilidade brasileira e, com isto, manter os preços elevados em 2021;
c) a demanda interna deverá ser consideravelmente aumentada com a inauguração de mais 5 fábricas de etanol no Centro Oeste brasileiro e a continuação da demanda chinesa por carnes, reduzindo a disponibilidade para exportação;
d) nossa recomendação é, portanto a de que o agricultor plante todo o milho que puder, porque haverá (já há, no mercado) demanda e bons preços.
Cotação semanal
Dados referentes a semana 22/11/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 9,53Farelo de soja à vista tonelada
R$ 71,50Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 1.975,00Preço base - Integração
Atualizado em: 22/11/2024 17:50