MILHO: Exportações serão essenciais para aliviar preços internos no 3T15

Porto Alegre, 06 de julho de 2015 – Dada a elevada disponibilidade do
milho no mercado nacional, a exportação será essencial para impedir a
formação de estoques e, assim, aliviar as pressões nos preços domésticos.
Porém, o atual panorama internacional para as vendas do milho brasileiro
diferem notadamente da favorável conjuntura dos últimos anos.

Enquanto espera-se elevação das exportações dos EUA, mesmo frente a
um quadro de possíveis perdas de produtividade em suas lavouras, o aumento da
participação de outros grandes exportadores como Ucrânia e Argentina também
deverá acirrar a competição pelo mercado externo.

De qualquer maneira, choques entre fundamentos de oferta e demanda
baixistas no mercado brasileiro, bem como as condições macroeconômicas e o
desenvolvimento climático das lavouras americanas deverão seguir estimulando o
aumento da volatilidade, tanto das cotações internacionais, quanto das
domésticas no terceiro trimestre.

Ao final de junho, apoiadas sobre um desenvolvimento climático
preocupante nas lavouras norte-americanas, as cotações internacionais passaram
por sua maior revisão de alta em dois anos. O excesso de chuvas levou o
contrato dezembro-15 acima dos US$ 4,30/bu pela primeira vez no ano. No mercado
brasileiro, porém, a chegada de um volume recorde de safrinha, estimado pelo
Rabobank a 50,3 milhões de toneladas, ou 3,7% superior a 2014, vem pressionando
os preços em todas as praças.

Assim, com comportamento tipicamente sazonal, os preços em Mato Grosso
retrocederam ao longo do segundo trimestre em 23%, com as cotações em
Rondonópolis finalizando o período a R$ 17/sc.

Com a retração do mercado a níveis abaixo dos patamares definidos
pelos programas de preços mínimos do governo, espera-se que ações da CONAB
ofereçam algum suporte às cotações, principalmente em regiões afastadas de
polos de consumo. De qualquer maneira, em zonas de elevado consumo para ração,
expectativas de aumento sazonal na demanda pelo cereal podem atenuar a
tendência negativa nos preços. Com informações do relatório trimestral do
Rabobank.

Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras

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