Porto Alegre, 21 de maio de 2021 – O trabalho feito pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para identificar os materiais
tolerantes a cigarrinha do milho, já aprovados e comercializados no Brasil, foi
destaque, nesta semana, durante o Seminário promovido pela Confederação
Nacional da Agricultura (CNA). Aliado a isso, foi divulgada uma cartilha com
orientações sobre manejo e enfezamentos na cultura do milho. O evento foi um
pedido da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina
(FAESC) para a comissão de grãos da CNA.
A planilha contempla 652 cultivares classificadas após avaliação em
campo de acordo com sua tolerância que varia de 1(muito baixa) a 9 (alta). Os
materiais confirmados como altamente tolerantes (9) a cigarrinha foram 22
cultivares. A iniciativa é uma demanda da Associação Brasileira dos
Produtores de Milho (Abramilho) e outras entidades de produtores, como:
Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja) e CNA.
O vice-presidente da Faesc, Enori Barbieri, considera um avanço para o
setor. “Nossas lavouras de milho no sul do País foram fortemente castigadas
pela seca e pela praga da cigarrinha. A estimativa é que a safra catarinense
2020/21 chegue, no máximo, a 1,5 milhão de toneladas – 1,2 milhão a menos
que o previsto. Para se ter uma ideia, Santa Catarina terá que importar cerca
de cinco milhões de toneladas de milho no ano, o que também impactará nos
custos de produção das agroindústrias”.
Segundo Barbieri, com a possibilidade de optar por cultivares que possuem
bons níveis de resistência aos enfezamentos, o produtor poderá plantar mais
de uma cultivar, além de fazer rotação para evitar a quebra de resistência.
“Além disso, a cartilha é um documento fundamental para que o produtor possa
planejar a próxima safra e garantir os melhores resultados”.
O ano é de preços elevados de milho, o que pode trazer problemas de
desabastecimento regionais no mercado interno. “Estamos muito preocupados com
o futuro do produtor e com a indústria de proteína animal. As medidas
recém-apresentadas ajudarão a evitar mais perdas em função da falta de
manejo adequado e do controle eficaz desta praga que vem trazendo enormes
prejuízos em Santa Catarina e outras regiões do País. No entanto, não
podemos parar por aí. Precisamos continuar pensarmos em políticas públicas
que melhorem a logística, seu destino e remuneração do produtor”.
Barbieri destaca, ainda, que apesar das complicações que estão havendo,
como seca e cigarrinha, é importante que os produtores mantenham essa
oportunidade que conquistaram de fornecer para a indústria consumidora de
milho. Dessa forma, podem fazer rotação de cultura, ou seja, um ano plantar
milho e no outro plantar soja. Isso faz parte das práticas agronômicas que
possibilitam aumento de produtividade”, conclui Barbieri.
Acesse a lista completa dos cultivares resistentes à praga da cigarrinha
que está disponível em:
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/sanidade
-vegetal/formularios/copy_of_ENFEZAMENTOS.xlsx
A cartilha do MAPA sobre Manejo da cigarrinha e enfezamentos na cultura do
milho pode ser conferida no link:
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/sanidade
-vegetal/arquivos/Cartilhacigarrinhaeenfezamentos_Embrapa.pdf
CIGARRINHA EM SC
Em Santa Catarina, a incidência da cigarrinha-do-milho, inseto-vetor de
doenças provocadas por vírus e bactérias, tem ocorrido de forma generalizada
em todas as regiões e com danos econômicos variáveis na safra 2020/2021. De
acordo com levantamento da Epagri, as macrorregiões mais afetadas são o
Meio-Oeste, Oeste, Extremo-Oeste, Planalto Norte e Planalto Serrano. Produtores
relatam perdas de até 70% das lavouras, especialmente nos cultivos precoce e
superprecoce, variedades mais sensíveis à praga.
A cigarrinha se alimenta e se reproduz apenas no milho e, por isso, a
manutenção de plantas é favorável para sua multiplicação. Também não há
controle químico 100% eficaz para a praga. Ao contaminarem a planta, as
cigarrinhas prejudicam o seu desenvolvimento, acarretando em má formação,
menos espigas e, consequentemente, queda de produtividade. Com informações da
assessoria de imprensa da FAESC.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 08/08/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,28Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.630,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.400,00Milho Saca
R$ 69,00Preço base - Integração
Atualizado em: 07/08/2025 09:10