Porto Alegre, 9 de fevereiro de 2023 – O Manejo Integrado de Pragas é a principal ferramenta
para combater a cigarrinha do milho, inseto vetor do Complexo de Enfezamento, que pode reduzir em
mais de 70% a produção de grãos em plantas suscetíveis, segundo a Embrapa. Entre as ações,
estão a eliminação do milho tiguera, o tratamento de sementes e a aplicação de defensivos.
Entretanto, os hábitos das ninfas da cigarrinha dificultam o controle químico e favorecem a
explosão de infestação nas lavouras.
A cigarrinha tem a capacidade de depositar aproximadamente 14 ovos por dia, podendo colocar mais
de 600 ovos durante os seus 45 dias de vida. Além dessa grande quantidade, a praga possui uma
técnica específica para proteger os ovos ao longo do ciclo.
“A cigarrinha tem a habilidade de descolar a epiderme adaxial da folha (película ou cutícula)
e depositar os ovos diretamente no tecido celular parenquimático, geralmente próximo da nervura
central, cobrindo os ovos novamente com essa película. Dessa forma, ela protege os ovos inclusive
dos defensivos que serão aplicados. Isso é conhecido como oviposição endofítica”, comenta o
especialista em cultura do milho da Bayer, Paulo Garollo.
Ainda demostrando uma grande habilidade de sobrevivência, após os ovos eclodirem, as ninfas
só se locomovem para o lado inferior da folha e, a partir de então, ficam praticamente imóveis,
se alimentando até atingirem a fase adulta. “O período ninfal dura em média de 15 a 18 dias e,
pela posição abaxial da ninfa e baixíssima mobilidade na folha, produtos com ação de contato,
dificilmente atingirão as mesmas e, por consequência, elas terão um ambiente de sobrevivência
extremamente favorável”, diz Garollo.
Ao todo, as ninfas passam por cinco instares (estágios de troca de pele) até se tornarem
adultas aptas a voar e buscar áreas com milhos mais novos para reiniciar a infestação. “É por
esta razão que, mesmo tomando todos os cuidados e, parecendo estar tudo sob controle, de um dia
para o outro há uma explosão na infestação de insetos nas áreas. Até porque, os plantios são
realizados de maneira escalonada, dando a oportunidade para a cigarrinha migrar do milho mais velho
para o mais novo”, comenta Garollo.
Para piorar, o clima brasileiro é perfeito para a infestação de cigarrinhas. Dentro de uma
temperatura média entre 27oC e 30oC, praticamente 100% dos ovos da praga eclodem, além de ser a
temperatura ideal para o desenvolvimento e troca de pele das ninfas da cigarrinha.
“As ninfas se infectam mais facilmente com os agentes causais do Complexo de Enfezamento que os
insetos adultos. Ou seja, ela é um vetor mais poderoso da doença”, garante o especialista da
Bayer. “E, diferente do que se pode pensar, elas não nascem com esses agentes causais, mesmo vindas
do cruzamento de pais infectados, mas se contaminam facilmente quando nascem em uma planta doente”,
comenta.
Como controlar?
O manejo apenas com defensivos de contato pode ser útil contra as cigarrinhas adultas, mas tem
pouca eficiência em relação às ninfas, que ficam embaixo da folha, imóveis e protegidas.
“O ideal nestes casos é optar por um defensivo com alta eficiência na translocação
translaminar, que é a capacidade de um produto químico de atravessar a epiderme (película) da
folha, na parte superior, e conseguir passar pelos espaços intercelulares parenquimáticos”, diz.
Entretanto, segundo Garollo, o ideal é o produtor criar uma estratégia de controle químico,
para sanar os problemas e evitar gastos desnecessários.
“Antes de chegar ao período fenológico de quatro folhas, o agricultor pode e deve,
preferencialmente, utilizar os produtos de contatos. Isso porque insetos adultos chegarão ali e os
produtos de contato serão ideais para esse controle inicial. Depois desse período é quando as
ninfas eclodem dos ovos e aí o produtor deve optar pelo neonicotinóides com translocação
translaminar.”
É preciso ficar atento à indicação da bula, pois os defensivos de contato, de maneira geral,
só devem ser aplicados duas vezes por ciclo da cultura, enquanto os neonicotinóides que matam as
ninfas só podem ser aplicados três vezes por safra.
“O manejo das ninfas da cigarrinha talvez seja um dos principais gargalos para o sucesso na
erradicação dessa praga. Algo pouco comentado e difundido. E justamente por não ter essa visão
particular do manejo da ninfa, o agricultor não tem uma estratégia previamente definida de qual
produto usar e quando usar”, comenta Garollo. “Os produtores acabam deixando as ninfas prevalecerem
e, por consequência, tem explosões de cigarrinha, que são mais atraídas por plantas já
infectadas com o complexo de enfezamento, gerando um grande incremento da população da praga
doente”, alerta o especialista da Bayer.
Soluções Bayer contra o Complexo de Enfezamento
Segundo o especialista da Bayer, o ideal é o produtor iniciar o manejo contra a cigarrinhas
realizando o tratamento de sementes de milho com o Cropstar, inseticida sistêmico do grupo químico
dos neonicotinoides (Imidacloprido) e com o thiodicarb, do grupo químico Metil-carbamato, trazendo
amplo espectro de controle e proteção inicial para as lavouras.
Na sequência, após o milho emergir e abrir as duas primeiras folhas é o momento de aplicar o
Curbix, produto essencialmente de contato, do grupo químico do fenilpirazol (Etiprole), que
servirá para o combate de percevejos e adultos de cigarrinha. Ele também deve ter uma segunda
aplicação, com um intervalo de no mínimo sete dias da primeira aplicação, após as duas folhas
iniciais estarem expandidas (estádio V2).
Quando o milho atingir o estádio de V4, o produtor pode iniciar a aplicação do Connect,
inseticida sistêmico do grupo químico dos neonicotinóides, associado à beta-cifultrina,
pertencente ao grupo químico dos Piretroides (contato), com a função principal da translocação
translaminar, que afeta as ninfas. Mas esse produto também ajuda a controlar os insetos adultos,
caso entrem em contato direto ou por ingestão. O Connect ainda ajudará o produtor em uma segunda
aplicação, com um intervalo de pelo menos sete dias, no estádio V6. E também entrará novamente
no estádio V8, completando três aplicações com o produto. Com informações da assessoria de
imprensa da Bayer.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 17/06/2025 09:45