OLEAGINOSAS: India pede para Indonésia elevar oferta de óleo de palma

Porto Alegre, 2 de março de 2022 – A India pediu à Indonésia que
aumente os embarques de óleo de palma para o país para compensar a perda de
suprimentos de petróleo de girassol da região do Mar Negro devido à crise da
Ucrânia, disseram à Reuters várias fontes do governo e da indústria na
India.

Segundo informações da Agência Reuters, a India, maior compradora
mundial de petróleo comestível, depende do principal produtor indonésio para
mais da metade de suas importações de óleo de palma, mas tem se preocupado
com as restrições que Jacarta colocou em suas exportações em janeiro para
acalmar os preços locais.

O suprimento limitado de palma, seguido pela interrupção das
exportações de óleo de girassol da região do Mar Negro – que representa 60%
da produção mundial de óleo solar e 76% das exportações – fez com que os
preços globais do óleo vegetal registrassem apenas 60% da produção mundial
de óleo solar e 76% das exportações.

Na India, o custo desembarcado do óleo de palma bruto importado aumentou
38% desde que a Indonésia anunciou restrições de exportação em 27 de
janeiro. O custo do óleo de soja, o segundo petróleo mais consumido na India
depois da palma, aumentou 29% este ano, enquanto os fornecedores de óleo solar
pararam de oferecer o petróleo depois que a Rússia invadiu a Ucrânia.

A Ucrânia e a Rússia foram responsáveis por quase 13% das importações
de petróleo comestível da India no ano passado, fornecendo 1,6 milhão de
toneladas.

Funcionários do governo indiano realizaram uma reunião virtual com
autoridades indonésias esta semana sobre o aumento das exportações de palma
para a India, um “grande comprador confiável”, disseram duas fontes do
governo com conhecimento do assunto.

Nova Délhi também pediu a Jacarta para reduzir temporariamente suas
regras de mistura de biodiesel, que determinam que 30% de todo o biodiesel
vendido no país seja derivado do óleo de palma.

“Por um curto período de tempo, a Indonésia pode dar preferência aos
alimentos em vez do combustível”, disse uma das fontes.

O Ministério do Comércio e Indústria da India não respondeu
imediatamente a um pedido de comentário. Funcionários do Ministério do
Comércio da Indonésia não responderam imediatamente a pedidos de comentário.

A India atende a mais de dois terços de sua demanda de petróleo
comestível por meio de importações, das quais o óleo de palma representa
mais de 60%.

INTERRUPÇÃO IMPREVISTA

A India reduziu os impostos sobre as importações de óleo vegetal quatro
vezes nos últimos oito meses e até permitiu que o exterior comprasse óleo de
palma refinado em vez de apenas petróleo bruto, embora os preços ainda tenham
permanecido altos.

A invasão russa da Ucrânia e a seca na maior região exportadora de soja
da América do Sul têm atrapalhado os esforços de Nova Délhi.
O óleo bruto de palma está sendo oferecido a cerca de US$ 2.075 a tonelada,
incluindo custo, seguro e frete (CIF), na India para embarques de março. Há
um ano, o CPO estava disponível por US$ 1.089. “Os preços do petróleo
comestível tornaram-se um grande desafio para nós e estamos alcançando
todos”, disse uma das fontes do governo.

A India também está explorando o aumento das importações de soja da
América do Sul e dos Estados Unidos e petróleo de colza da Europa, mas esses
destinos não podem aumentar os suprimentos rapidamente devido à distância e
à disponibilidade limitada, disse um alto funcionário do setor que participou
de uma reunião do governo sobre o assunto na semana passada.

“A maneira mais rápida de aumentar o fornecimento de petróleo
comestível é trazer mais óleo de palma”, disse o funcionário da indústria,
que se recusou a ser nomeado. “Só a Indonésia pode atender à demanda
indiana. Os próprios suprimentos de óleo de colza da nova safra de colza da
nova safra podem aumentar a partir do próximo mês e ajudar a aliviar os
suprimentos”, disse B.V. Mehta, diretor executivo da Associação de
Extratores de Solventes da India, com sede em Mumbai.

“Não há necessidade de entrar em pânico”, disse ele. “O esmagamento
local da oleosa aumentará nos próximos meses, e o fornecimento de petróleo
comestível melhorará.”

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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