Agronegócio

Opinião: em até 7 meses, Brasil pode ter independência na vacina Covid-19 a partir da indústria da saúde animal

29 de março de 2021
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Conversei com três fontes legítimas a respeito dessa revelação fundamental para o país em meio a esta crise pandêmica. A primeira fonte foi Emílio Salani, vice-presidente executivo do Sindicato da Indústria Nacional de Produtos para a Saúde Animal (Sindan). Sim, temos em elevado estado de qualidade 4 unidades industriais no Brasil, que hoje produzem vacinas contra febre aftosa, que podem ser adaptadas em velocidade para produção a partir de vacinas inativadas. E teremos o IFA, princípio ativo, nos tornando independentes desse insumo externo. Essas plantas são: Ceva, Merck Sharp and Dohme (MSD) em Montes Claros (MG), ex-Vallee; Ouro Fino, em Ribeirão Preto; Boehringer. Nesta segunda-feira (29), o Emílio Salani estará apresentando tudo isto ao senado brasileiro.

A outra fonte foi o Gubio de Almeida que atuou como diretor de operações por 19 anos da MSD e hoje dirige a consultoria GJ Estratégia de Negócios. Da mesma forma esse especialista me relembrou que os maiores laboratórios da saúde humana no mundo são também organizações da saúde animal, como a própria MSD. Gubio também adicionou que hoje a empresa brasileira que está negociando para fazer a vacina Sputinik no Brasil, a União Química, tem um braço na saúde animal, a Agener União. Segundo Gubio precisaremos ao lado da Anvisa acertar aspectos regulatórios e protocolos, mas da mesma forma considera totalmente viável e desejável essa hipótese.

E a terceira fonte é o Sebastião da Costa Guedes, membro da Academia Brasileira da Medicina Veterinária, membro do grupo internacional da erradicação da aftosa, também ex-presidente da Bayer, divisão animal, e foi vice-presidente do Sindan. Sebastião acredita que em 90 dias poderíamos, sim, ter as melhores plantas industriais que fazem vacinas de altíssima biossegurança, em quantidade expressiva e com protocolos internacionais, pois a carne para ser exportada segue protocolos de alta exigência na vacinação. Da mesma forma Sebastião adiciona a logística, e a cadeia do frio para levar vacinas aos pontos mais distantes do Brasil.

O professor Dr. Joaquim Machado, geneticista na Unicamp, também considera factível essa ideia. Antes tarde do que nunca. Fica a pergunta: por que só lembramos isso? Um ano depois do início da pandemia no Brasil? Como sempre, as palavras de Winston Churchill na segunda guerra mundial enfrentando o avanço nazista dizia: “nunca tantos deveram tanto a tão poucos”.

Emílio Salani me explicou que o assunto iniciou com o Ministério da Agricultura levantando a possibilidade por conhecer o estado elevado da competência instalada no Brasil de produzir vacinas, devemos registrar a ministra Tereza Cristina. O outro estímulo veio do senador Wellington Fagundes, médico-veterinário com experiência no enfrentamento de doenças na pecuária. E o Instituto Butantã tem participado destes contatos iniciais com o setor da indústria da saúde animal.

Na previsão dos especialistas poderíamos a partir de 7 meses iniciar a produção nacional, com o princípio ativo ifa, para 400 milhões de unidades e, principalmente, não irá terminar nunca esse processo. Precisaremos continuar pesquisando e aperfeiçoando as vacinas para 2022, 23, etc, assim como no combate a outras doenças que têm ciclos de vacinações anuais.

Dessa forma, saúde humana e animal, vegetal e ambiental, viveremos cada vez mais uma só saúde. A necessidade é a mãe da criatividade e precisa de velocidade. Que a partir deste 29/3 possamos salvar vidas de brasileiros e do mundo, a partir do Brasil. Seria uma grande virada. Temos tecnologia e know how no país e podemos fazer, e tem gente valorosa mostrando como fazer.

José Luiz Tejon, Agroconsciente, para a Rádio Eldorado.

Fonte: José Luiz Tejon

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