Suinocultura

Painel debate gestação coletiva de matrizes

19 de outubro de 2016
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“Não queremos copiar ninguém. Mas sim conhecer bons exemplos, aprender com quem já fez, e adaptar para as nossas condições”. O recado foi dado por Cleandro Pazinato Dias, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) no primeiro dia da PorkExpo & Congresso Internacional de Suinocultura, que começou ontem (18), em Foz do Iguaçu (PR), durante o painel “Gestação Coletiva de Matrizes Suínas | Projeto Diálogos Setoriais Brasil e União Europeia”. A opinião, anunciada durante a palestra “Estratégias para a adoção da gestação no Brasil”, retrata bem o tom dos debates que marcaram a tarde de apresentações e que teve como proposta principal descrever as iniciativas já existentes no Brasil para um salto na área de Bem-Estar Animal das granjas de suínos, com ênfase nas ações de baias coletivas para gestação de matrizes suínas, mini boxe e outras adaptações físicas. A coordenação esteve a cargo do diretor executivo da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos, Nilo de Sá, e a Lizie Buss, da Comissão de BEA do MAPA. A médica-veterinária do MAPA, Cjarli Ludtke, foi a moderadora do debate.

A opinião do perito do Ministério, que abordou o tema “Bem-estar animal na suinocultura brasileira”, foi dividida com o pesquisador Osmar Antonio Dalla Costa, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Aves e Suínos, que discorreu sobre o “Papel da Embrapa na transição para a gestão coletiva”. “Já trabalhamos em modelos com ‘cobre-e-solta’, mini-boxe e outras adaptações desde 1978. Não queremos excluir ninguém. Nosso objetivo é manter as pessoas no campo produzindo, com BEA e qualidade de vida para quem atua na produção”, reforçou. A abertura da tarde de conferências da PorkExpo 2016 ficou com Antonio Velarde Calvo, perito internacional que detalhou quais as principais normas que envolvem e motivaram a instalação de gestão coletiva de matrizes suínas na Europas. A primeira etapa foi concluída com a médica veterinária Juliana Ribas mergulhando no tema manejo reprodutivo necessário com as matrizes e a eficiência do sistema cobre-solta. Na segunda parte, os organizadores do painel apresentaram casos de agroindústrias que já começaram a investir em adaptações nas granjas instaladas ou novos galpões com todas as premissas modernas de BEA.

Carmos Triaca, da pioneira Granja Miunça, de Brasília, do criador Rubens Valentin, mostrou os números levantados que comprovam a eficiência produtiva da propriedade mesmo com o aporte forte de recursos em obras, equipamentos, manejo e treinamento de mão-de-obra. “É bom, funciona, é eficiente e nos coloca um passo na frente das demandas sociais e da indústria de alimentos do futuro. Porém, precisamos lutar, pois há desafios importantes, como custos de capital, importação de equipamentos de alimentação líquida, normativas mais claras e equilibradas e as adaptações de projetos que são direcionadas para as diversas regiões brasileiras”, analisou. Mauro Sérgio Souza, gerente de qualidade de negócios da Frisia, ex-batavo, atuando com a marca Alegra Foods e agora unidade industrial parceira das cooperativas paranaenses Batavo e Capalsócia, mostrou como funcionam as áreas que já trabalham com novas estruturas em granjas de cooperados. “Já são 5.500 fêmeas beneficiadas e não paramos de investir em novas instalações e reformas de outras”, explicou.

Edilson Dias Caldas, da BRF, falou que 57 mil matrizes das integrações já possuem gestação coletiva ou módulos de adequação. “São 15,5% de todas as nossas matrizes. Temos um cronograma bem planejado e até 2025 todas estarão contempladas pelo BEA”, apontou. Ao fim, Daniel Cruz, da World Animal Protection, organização-não-governamental que atua ao lado dos produtores em vários países, ajudando na modernização dos processos produtivos de alimentos, enfatizou a importância dos ajustes dos conceitos às diferentes situações encontradas nas regiões do Brasil e de outros países e qual o status dos maiores produtores no quesito BEA. “Foi uma tarde riquíssima, que certamente vai marcar história. A ABCS vai prosseguir incentivando e patrocinando debates como este, para que façamos o futuro agora e não quando uma exigência for criada sem estarmos preparados e informados”, finalizou Nilo de Sá, da ABCS.

A PorkExpo 2016 prossegue nesta quarta-feira e quinta-feira, oferecendo várias atrações, como Congresso Técnico, com 40 palestras técnicas e tradução simultânea para o Espanhol, Inglês e Português; PorkSummit, com especialistas em mercado nacional e internacional; Feira de Negócios com presença de empresas ligadas aos setores de Equipamentos, Genética, Nutrição, Processamento, Reprodução, Instalações e Saúde Animal; Reuniões Técnicas de Empresas; Trabalhos Científicos com exposição digital do conteúdo das pesquisas elaboradas por profissionais brasileiros e do exterior; Prêmio Melhores do Ano da Revista Pork, que vai homenagear as personalidades de destaque em 2016, em quatorze categorias; Oficina de Gastronomia com o chef Carlos Bertolazzi, e choppada com carne suína para festejar o reencontro que se realiza a cada dois anos.

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Dália Alimentos* - base leitão

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Alibem - base suíno leitão

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BRF

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Estrela Alimentos - creche e term.

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Estrela Alimentos - base leitão

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JBS

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Pamplona* base term.

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Pamplona* base suíno leitão

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