Uma das vertentes estudadas dentro do projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono é o uso racional da ração. O médico-veterinário e consultor do projeto Cleandro Pazinato Dias destaca maneiras e tecnologias viáveis ao tratamento dos dejetos dos animais na suinocultura brasileira. Além do uso racional da ração, a pesquisa abordou o uso racional da água e as soluções tecnológicas para o tratamento de dejetos suínos.
No estudo, o consultor ressalta que os dejetos produzidos pelos animais são conseqüências da quantidade de nutrientes fornecidos na dieta. Dessa forma, os nutricionistas podem colaborar para a solução da questão da poluição ambiental pelos dejetos suínos ao utilizar o conhecimento e o bom senso. Essas características podem ser materializadas em dietas formuladas para menor excreção de nutrientes e utilizadas em sistemas de produção que operam com o conceito de produção mínima de dejetos.“É de suma importância que os nutricionistas lancem mão das tecnologias disponíveis para elaborar dietas altamente digestíveis com o intuito de colaborar significativamente com a redução da poluição ambiental através da redução dos resíduos gerados pelos animais’’, destaca.
Sendo assim, Pazinato ressalta que é importante conhecer as exigências nutricionais de cada categoria animal, os programas de alimentação, os níveis nutricionais dos ingredientes usados, a digestão dos nutrientes, os fatores antinutricionais, as restrições, o balanceamento adequado dos aminoácidos, a utilização do conceito de proteína ideal, as ferramentas para aumentar a disponibilidade dos ingredientes, como por exemplo, as enzimas exógenas, entre outros.
Conhecer as exigências nutricionais e as estimativas de produção de dejetos produzidos diariamente por cada categoria animal é importante, segundo o pesquisador. Em uma publicação recente, a Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina estima para fins legais os volumes totais de dejetos produzidos em diferentes modelos de sistema de produção de suínos. Neste trabalho, foi destacado o volume diário de dejetos líquidos (Litros/animal/dia) produzido em sistemas especializados de produção de suínos no Estado de Santa Catarina.
Entre os modelos, estão o Ciclo Completo (CC) com um volume diário por matriz instalada de 47,1 litrosde dejetos/dia, a Unidade de Produção de Leitões (UPL) com 22,8 litros por matriz instalada/dia, seguido da Unidade de Produção de Desmamados (UPD) com 16,2 litros por matriz instalada/dia. Por fim, os crechários (CR) com 2,3 litros por suíno/diae a Unidade de Terminação (UT) com 4.5litros/dia por animal.
“A excreção de alguns elementos nos dejetos suínos são uma preocupação cada vez mais presente nas áreas de intensa produção animal, é o excesso de nutrientes excretado nos dejetos. Entre estes o fósforo, nitrogênio, zinco e cobre”, destaca.
Ele ressalta ainda que o conhecimento em nutrição animal, especificamente em suínos, atualmente é bem desenvolvido, por saber de forma satisfatória quais as exigências nutricionais desses animais por categoria, genética e desempenho desejado, se detém também conhecimento na área de alimentos em relação a sua composição, fatores antinutricionais e restrições de uso.
“Enfim são diversos conhecimentos que já estão a nossa disposição para que se possa efetuar uma nutrição mais equilibrada envolvendo não apenas o animal e a lucratividade da atividade, mas também o meio ambiente.Com isso estratégias nutricionais para minimizar a excreção de nutrientes são fundamentais, tais como: Proteína ideal, enzimas, minerais orgânicos, sistema de alimentação por fases, ractopamina, imunocastração e a própria restrição alimentar”, diz.
Cotação semanal
Dados referentes a semana 22/11/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 9,53Farelo de soja à vista tonelada
R$ 71,50Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 1.975,00Preço base - Integração
Atualizado em: 22/11/2024 17:50