Porto Alegre, 28 de janeiro de 2015 – A expectativa de preço baixo do
barril do Brent em 2015 forma cenário para que a Petrobras eleve a importação
para fortalecer o caixa com a diferença entre o valor pago no exterior e o
vendido no País. A receita mensal estimada em R$ 4,060 bilhões com essa
operação seria suficiente para cobrir nos próximos 14,1 meses as perdas de R$
57,280 bilhões acumuladas nos últimos quatro anos com subsídios aos
combustíveis.
Cálculo do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE) leva em
consideração o preço médio da gasolina no Golfo do México até 20 de
janeiro de R$ 0,9077 por litro, vendido pelas refinarias no Brasil por R$ 1,4514
por litro, uma diferença de 60%. No caso do diesel, a despesa por litro foi de
R$ 1,1080 e o praticado no mercado doméstico, de R$ 1,6599, que representa
custo de oportunidade de 50%. Para as operações foi considerado câmbio de R$
2,6567.
Segundo a analista da CBIE, Luana Furtado, de janeiro de 2011 a novembro
de 2014, as perdas com a importação de gasolina a custo elevado e a revenda no
País a preço menor foram de R$ 17,010 bilhões, e com o diesel atingiu R$
40,270 bilhões. Hoje, a presidente Maria das Graças Foster afirmou em
documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que os preços dos
combustíveis não serão reduzidos, mesmo com a queda no exterior.
“A companhia reafirma a manutenção da política de preços de diesel e
gasolina não repassando a volatilidade do mercado internacional, o que, na
situação atual, favorece excepcionalmente o caixa. O patamar atual de
produção de petróleo e derivados nos assegura o mesmo patamar de geração
operacional, mesmo com o preço do barril de petróleo Brent variando entre US$
50 e US$ 70 por barril”, disse Graça Foster.
O analista da SAFRAS & Mercado, Maurício Muruci, afirmou que a
petrolífera não deverá desperdiçar a oportunidade de recuperar boa parte do
caixa perdido no passado. “Uma redução no preço da gasolina e do diesel no
mercado doméstico para equiparar ao preço externo apenas atenuaria a
inflação e não reverteria a tendência de alta. Seria sacrificar a empresa
por algo que é irreversível neste ano”.
Diante da perspectiva de demanda menor por petróleo nos Estados Unidos
e na Europa no segundo semestre, resultado de um consumo menor neste inverno, é
possível que o preço do barril do Brent saia do patamar de quase US$ 50 para
US$ 40, segundo Muruci. A justificativa é que a cúpula da Organização dos
Países Exportadores de Petróleo (Opep) que acontecerá em junho, na Áustria,
deverá manter a produção diária inalterada.
“O spread bastante elevado, superior a 60%, compensa muito a defasagem
média de 15% a 20% praticada até novembro do ano passado. A companhia dever
conseguir reaver boa parte dessas perdas no curto prazo com a expectativa de
manutenção do preço baixo do barril de petróleo. A importação poderá ter
o ritmo acelerado nesse período”, disse a analista da Concórdia Corretora,
Karina Freitas.
A estimativa do analista da XP Investimentos, Celson Plácido, é de que
a Petrobras possa recuperar as perdas decorrentes dos anos de subsídios aos
preços dos combustíveis, estimadas por ele em R$ 60 bilhões, no período de
dois anos. O especialista pondera que ainda existe o risco de o governo
pressionar a companhia a preço da gasolina para pressionar menos a inflação
em 2015. As informações partem da Agência CMA.
Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 29/11/2024
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R$ 1.943,33Casquinha de soja à vista tonelada
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Atualizado em: 29/11/2024 10:30