PETRÓLEO: Excesso de oferta irá até 1o sem/17 se Opep não cumprir acordo

Porto Alegre, 11 de outubro de 2016 – O excesso de oferta global de
petróleo pode perdurar até a metade de 2017, caso os mecanismos do mercado
continuem funcionando livremente, mas a implementação do acordo para conter a
produçãopode acelerar o reequilíbrio do setor, diz a Agência Internacional
de Energia (AIE) em relatório mensal.

Segundo a AIE, o acordo anunciado pela Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (Opep) para reduzir a produção do cartel para a
faixa entre 32,5 milhões de barris por dia (bpd) e 33 milhões de bpd pode
enxugar o excesso de estoques de forma mais rápida, mas é preciso que o grupo
finalize os detalhes deste acordo, que serão acertados em reunião no dia 30 de
novembro.

“Agora, o trabalho real começa. Detalhes críticos como a alocação
individual de cada país, bases para a produção e a data de implementação
precisam ser finalizados”, diz o relatório da AIE. “A cooperação de países
que não pertencem à Opep, como a Rússia, também precisa ser definida”. A
agência destaca que Irã, Líbia e Nigéria, países que buscam aumentar suas
produções, devem ser isentos do corte da Opep, o que significa que reduções
maiores teriam que vir de outros membros, como a Arábia Saudita.

Em setembro, a produção dos 14 membros do cartel subiu para 33,6 milhões
de bpd, um recorde histórico. Para piorar, a demanda está desacelerando das
máximas de cinco anos vistas no terceiro trimestre de 2015 para mínimas de
quatro anos no terceiro trimestre de 2016.

“Mesmo com sinais preliminares de que os enormes estoques estão
começando a diminuir, nossas projeções sugerem que o mercado, se deixado como
está, continuará com excesso de oferta durante a primeira metade de 2017”,
diz a AIE. “Se a Opep cumprir sua nova meta, o reequilíbrio pode vir mais
rápido”. Com informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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