PETRÓLEO: Futuros caem mais de 1% com demanda em risco devido à inflação

São Paulo, 3 de março de 2022 – Os preços dos contratos futuros de
petróleo reverteram os fortes ganhos da sessão de ontem, com quedas superando
1% à medida que os traders temem que os preços altos da commodity limitem a
demanda em meio à oferta apertada.

Os preços do petróleo nos Estados Unidos chegaram ontem a mais de US$ 115
o barril pela primeira vez desde 2008, com a maioria das refinarias se recusando
a comprar petróleo russo e reduzindo o fornecimento global de energia.

A forte alta despertou nos analistas a preocupação de que o barril possa
superar US$ 120 em breve, já que o conflito entre russos e ucranianos não deve
terminar tão cedo, fazendo com que as sanções sobre a Rússia sejam
prolongadas.

“Com esse aumento de combustível, a pressão inflacionária deve só
aumentar. Com isso, banco centrais como o Federal Reserve (Fed, o banco central
norte-americano) devem apertar cada vez mais a política monetária para reduzir
a demanda”, afirmam analistas do IG.

Os preços do gás natural na Europa subiram 2,4%, aproveitando o aumento
desta semana. Os investidores estão preocupados que o fornecimento de gás
natural possa ser interrompido para a Europa como resultado da guerra. Cerca de
um terço das exportações russas de gás para a Europa passam pela Ucrânia,
segundo analistas.

Enquanto isso, a oferta parece cada vez mais apertada. Além do boicote ao
petróleo russo, o acordo nuclear entre Irã e Estados Unidos pode sofrer um
revés depois que a agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU)
reportou que o país possui uma quantidade de urânio enriquecido quase tão
grande para uma bomba atômica. Com isso, as sanções sobre o combustível
iraniano podem continuar ativas.

Por volta de 11h54 (horário de Braília, o preço do contrato do petróleo
WTI negociado na Nymex com entrega para abril caía 0,93%, cotado a US$ 109,65 o
barril. Já o preço do contrato do Brent negociado na plataforma ICE, com
entrega para maio regredia 0,54%, cotado a US$ 112,35 o barril.

As informações são da agência CMA.

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