PETRÓLEO: Futuros fecham em alta após Alemanha não se opor mais a embargo

Porto Alegre, 28 de abril de 2022 – Os preços dos contratos futuros de
petróleo fecharam em alta, após relatos de que a Alemanha não se opõe mais a
um embargo ao petróleo russo, o que poderia apertar ainda mais a oferta no já
estressado mercado global de combustível.

Representantes alemães na União Europeia não estão mais se opondo a um
embargo de petróleo russo completo, desde que Berlim tenha tempo para garantir
suprimentos alternativos, informou o Wall Street Journal.

O reporte ecoa comentários do ministro da Economia da Alemanha, Robert
Habeck, feitos na terça-feira, quando ele disse que a maior economia europeia
poderia lidar com um embargo às importações de petróleo russo e esperava
encontrar maneiras de substituir o combustível russo por outro suprimento.

A Alemanha depende fortemente das importações de energia russas e já havia
se oposto a uma proibição total.

Antes da guerra na Ucrânia, o petróleo russo representava cerca de um
terço do suprimento da Alemanha. Há um mês, o ministro da Economia do país
disse que os alemães haviam reduzido sua dependência do petróleo russo para
25% de suas importações.

“Os preços do petróleo ficaram em alta, continuando a se recuperar das
baixas no início desta semana”, afirmam analistas da Oanda.

A Rússia começou a usar as exportações de energia como punição à
resposta dos Estados Unidos e aliados à invasão da Ucrânia por Moscou.

O governo russo cortou o fornecimento de gás para a Polônia e a Bulgária e
está tentando pressionar a União Europeia a adotar seu novo sistema de
pagamentos de gás que envolve a abertura de contas no Gazprombank, onde os
pagamentos em euros ou dólares seriam convertidos em rublos.

A produção de petróleo da Rússia pode cair até 17% em 2022, de acordo
com um documento do Ministério da Economia visto pela Reuters, enquanto o país
enfrenta sanções ocidentais.

Apesar desse déficit esperado, espera-se que o grupo de produtores da Opep+
que integra a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados
liderados pela Rússia mantenha seu ritmo modesto de aumento da produção
quando se reunir em 5 de maio, disseram fontes à Reuters.

O dólar norte-americano atingiu seus níveis mais altos em duas décadas,
impulsionado pela fraqueza de seus principais rivais, como o iene e o euro. Um
dólar mais forte geralmente limita a alta nos preços do petróleo, pois o
torna mais caro para os detentores de outras moedas.

Na China, Pequim fechou alguns espaços públicos e intensificou as
verificações do covid-19 em outros, já que a maioria dos 22 milhões de
habitantes da cidade à medida que a população faz mais testes em massa em um
esforço para evitar um bloqueio semelhante ao de Xangai. O bloqueio mais
recente interrompeu fábricas e cadeias de suprimentos, aumentando os temores
sobre o crescimento econômico do país.

Mas a maior refinaria de petróleo da Ásia, a Sinopec Corp, espera que a
demanda do país por produtos refinados de petróleo se recupere no segundo
trimestre, à medida que os surtos da doença são gradualmente controlados.

Uma desaceleração no crescimento global devido aos preços mais altos das
commodities e uma escalada no conflito entre Rússia e Ucrânia podem exacerbar
ainda mais os temores da demanda por petróleo.

O preço do contrato do petróleo WTI negociado na Nymex com entrega para
maio subiu 3,23%, cotado a US$ 105,36 o barril. Já o preço do contrato do
Brent negociado na plataforma ICE, com entrega para junho avançou 2,12%, cotado
a US$ 107,59 o barril.

As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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