PETRÓLEO: Futuros fecham em alta com guerra ainda ameaçando oferta

Porto Alegre, 13 de abril de 2022 – Os preços dos contratos futuros de
petróleo fecharam em alta, com os investidores ficando mais desencorajados em
relação às negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia, alimentando as
preocupações com a oferta apertada, mesmo depois que os estoques de petróleo
dos Estados Unidos subiram mais de 9 milhões de barris na semana mais recente.

“Mesmo que os preços tenham caído um pouco nas últimas semanas, eles
permanecem extremamente altos pelos padrões anteriores”, afirmam analistas do
Capital Economics.

Ontem, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que a Ucrânia está
atrapalhando as negociações de paz e disse que Moscou continuaria o que chama
de “operação militar especial”. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden,
acusou a Rússia de genocídio.

Para analistas, isso tudo reforça a visão de que a situação entre
Ucrânia e Rússia não diminuirá tão cedo.

O recuo do mercado de petróleo em relação aos picos do final de março
ocorreu em parte porque os compradores não sabem bem qual a extensão das
possíveis interrupções no fornecimento russo. Na segunda-feira, a produção
russa de petróleo e gás condensado caiu abaixo de 10 milhões de barris por
dia (bpd), a menor desde julho de 2020.

No entanto, a Agência Internacional de Energia (AIE) reduziu suas
expectativas para a demanda mundial e disse que previa que o aumento da
produção global poderia compensar as perdas na produção de petróleo da
Rússia. A AIE disse que espera que a produção russa caia 1,5 milhão de bpd
em abril e passe para uma queda de 3 milhões de bpd a partir de maio.

A Casa Branca está liberando 180 milhões de barris das reservas dos Estados
Unidos ao longo de seis meses, parte de uma medida de disponibilização de 240
milhões de barris dos membros da AIE.

A produção dos Estados Unidos deve continuar subindo de 11,8 milhões de
bpd agora para cerca de 12 milhões em 2022. As exportações de produtos
refinados atingiram um recorde histórico, pois a forte demanda no exterior fez
com que os estoques norte-americanos caíssem.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) disse que seria
impossível substituir as perdas de fornecimento esperadas da Rússia e não
bombearia mais petróleo.

Uma flexibilização parcial de algumas das medidas rígidas de bloqueio
contra covid-19 na China também sustenta os preços do petróleo, pois poderia
aumentar a demanda. No entanto, dados econômicos fracos da China e do Japão
limitaram os ganhos.

As importações de petróleo bruto da China caíram 14% em relação ao ano
anterior, estendendo uma queda de dois meses para o maior importador de
petróleo do mundo. O Japão registrou sua maior queda mensal nos pedidos de
máquinas básicas em quase dois anos.

Com informações partem da Agência CMA.

Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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