PETRÓLEO: Futuros operam em alta com oferta mais apertada persistente

Porto Alegre, 06 de maio de 2022 – Os preços dos contratos futuros de
petróleo seguem em alta no início da tarde, rumo à terceira sessão
consecutiva de aumento, com a persistência de gargalos na oferta da commodity,
sobretudo após as sanções anunciadas pela União Europeia contra o petróleo
russo.

A União Europeia está ajustando seu plano de sanções numa tentativa de
conquistar estados relutantes, disseram três fontes do bloco à Reuters.

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, disse que uma proposta de
embargo petrolífero da União Europeia à Rússia seria devastadora para a
economia de seu país.

“A proposta sobre a mesa agora cria um problema húngaro, e não há nenhum
plano para resolvê-lo”, disse ele em entrevista à rádio estatal hoje,
dizendo que seu país precisava de cinco anos para se afastar da energia russa.
“Esta proposta equivale a uma bomba atômica lançada sobre a economia
húngara”, completou.

Outro agravante na oferta foi a decisão da Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (Opep), a Rússia e os produtores aliados, grupo
conhecido como Opep+, que ignorou os apelos das nações ocidentais para
aumentar mais a produção e mantiveram seu plano de elevar sua meta de
produção de junho em 432 mil barris por dia.

No entanto, os analistas esperam que o aumento real da produção do grupo
seja muito menor como resultado de restrições de capacidade.

Um painel do Senado dos Estados Unidos avançou um projeto de lei que pode
expor a Opep+ a processos por cartel sobre o aumento dos preços do petróleo.

Os investidores também estão de olho na maior demanda dos Estados Unidos
neste outono no hemisfério norte, à medida que Washington revelou planos para
comprar 60 milhões de barris de petróleo para seus estoques de emergência.

“Ao fazer um anúncio público para comprar de volta o petróleo e o valor
exato que eles querem comprar, aumentará o custo e os Estados Unidos vão
acabar pagando mais caro”, explica o analista do Price Futures, Phil Flynn.

Preocupações com a demanda e sinais de enfraquecimento da economia global
limitam o aumento dos preços.

O Banco da Inglaterra alertou ontem que a Grã-Bretanha corre o risco de uma
recessão e inflação acima de 10% ao elevar as taxas de juros para o maior
patamar desde 2009, subindo um quarto de ponto percentual, para 1%.

E os rigorosos lockdowns contra a covid-19 na China estão criando ventos
contrários no segundo trimestre para a segunda maior economia do mundo.

Há pouco, o preço do contrato do petróleo WTI negociado na Nymex com
entrega para junho subia 1,88%, cotado a US$ 110,23 o barril. Já o preço do
contrato do Brent negociado na plataforma
ICE, com entrega para julho avançava 1,89%, cotado a US$ 112,99 o barril.

As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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