PETRÓLEO: Futuros operam em queda com temor sobre covid sobrepondo sanções

Porto Alegre, 5 de abril de 2022 – Os contratos futuros de petróleo
passaram a operar em queda, após ganhos iniciais pela manhã, com os
investidores preocupados com novos surtos do coronavírus – sobretudo após a
descoberta de uma nova subvariante da Ômicron na China -, ofuscando potenciais
novas sanções à Rússia por parte dos Estados Unidos e da Europa.

Em meio a um novo surto de covid-19 na China, o país informou ter
encontrado um novo subtipo da variante Ômicron em circulação. De acordo com o
jornal chinês Global Times, a nova versão do vírus foi detectada em um
paciente com quadro leve de covid-19, na cidade chinesa de Suzhou, região de
Xangai.

No último domingo (3), a China registrou 13.146 novos de covid-19 em um
período de 24 horas, de acordo com a Comissão Nacional da Saúde (CNS) daquele
país. Este é o número mais alto desde o pico da primeira onda de
contaminações.

Enquanto isso, o Ocidente planeja novas sanções contra a Rússia acerca
das acusações de assassinatos de civis na Ucrânia, com o conselheiro de
Segurança Nacional do presidente Joe Biden, Jake Sullivan, dizendo que novas
sanções contra Moscou seriam anunciadas ainda esta semana.

A Comissão Europeia propôs hoje novas sanções contra a Rússia,
incluindo a proibição da compra de carvão e da entrada de navios russos nos
portos da União Europeia.

A ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, disse que a
proibição do carvão será seguida por petróleo e depois gás.

“Há uma pressão crescente sobre a Europa para dar fim ao uso do
petróleo e gás russos, apesar dos enormes riscos econômicos que isso
acarreta”, afirma o analista do Price Futures, Phil Flynn.

Para acalmar os preços do petróleo, os países aliados dos Estados Unidos
concordaram na semana passada com uma liberação coordenada de petróleo das
reservas estratégicas pela segunda vez em um mês. No entanto, o ministro da
indústria japonês Koichi Hagiuda disse na que a Agência Internacional de
Energia (AIE) ainda estava examinando detalhes da liberação.

Outro assunto que pode afetar a oferta, o acordo nuclear entre Irã e
Estados Unidos segue interrompido. O porta-voz do Departamento de Estado
norte-americano, Ned Price, disse que o país ainda acredita numa chance de
acerto com os iranianos. Um acordo colocaria mais 1,3 milhão de barris de
petróleo no mercado, segundo um estudo da BCA.

Além disso, o Iraque anunciou hoje que produziu 4,15 milhões de barris
por dia (bpd) de petróleo em março, 222 mil bpd a menos que sua cota de
produção sob um acordo com outros produtores da Organização dos Países
Produtores de Petróleo (Opep).

Por volta de 13h40 (horário de Brasília), o preço do contrato do
petróleo WTI negociado na Nymex com entrega para maio caía 0,61%, cotado a US$
102,64 o barril. Já o preço do contrato do Brent negociado na plataforma ICE,
com entrega para junho recuava 0,16%, cotado a US$ 107,38 o barril. Com
informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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