PETRÓLEO: Futuros operam perto da estabilidade, antes de estoques dos EUA

Porto Alegre, 16 de agosto de 2023 – Os preços dos contratos futuros de petróleo estão em
campo positivo perto da estabilidade, com os investidores ainda preocupados com a economia chinesa
mais fraca do que o esperado, mas antecipando uma oferta ainda apertada nos Estados Unidos.

Ambos os benchmarks caíram mais de 1% ontem para o nível mais baixo desde 8 de agosto.

A economia lenta da China está em foco, depois que as vendas no varejo, a produção industrial
e os números de investimento não corresponderam às expectativas, alimentando a preocupação com
uma desaceleração mais profunda e duradoura do crescimento.

Os dados de atividade de julho geraram preocupações de que a China possa ter dificuldades para
atingir sua meta de crescimento de cerca de 5% para o ano sem mais estímulos fiscais.

O banco central da China fez um corte nas taxas de juros após dados que destacaram a
intensificação da pressão sobre a economia, principalmente do setor imobiliário. Mas analistas
digam que o corte foi pequeno demais para fazer uma diferença significativa.

Tanto o grupo Opep+, formado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados,
quanto a Agência Internacional de Energia (AIE), estão apostando na China, o maior importador de
petróleo do mundo, para galvanizar a demanda por petróleo bruto até o final de 2023.

“Os problemas e o ceticismo sobre a China estão crescendo. Os traders querem saber se a demanda
global de petróleo terá uma recuperação convincente em breve”, disse Tamas Varga, analista da
PVM.

Enquanto isso, os estoques de petróleo dos Estados Unidos caíram cerca de 6,2 milhões de
barris na semana passada, segundo fontes do mercado citando dados do American Petroleum Institute
(API).

Os dados do governo dos Estados Unidos sobre os inventários devem ser divulgados às 11h30. A
previsão é de queda de 1,7 milhão de barris para o petróleo, queda de 1,2 milhão de barris para
a gasolina e baixa de 100 mil barris para os demais derivados.

A perspectiva no quarto trimestre “dependerá principalmente da situação macroeconômica na
China, embora pareça que a Arábia Saudita continuará abordando isso por meio de seus cortes, se
necessário”, disse o diretor de pesquisa da Rystad Energy, Claudio Galimberti.

Os cortes de oferta da Arábia Saudita e da Rússia elevaram os preços do petróleo nas
últimas sete semanas. Números publicados hoje mostraram que as exportações de petróleo de Riad
caíram pelo terceiro mês consecutivo em junho para o nível mais baixo desde setembro de 2021.

Por volta de 10h12 (horário de Brasília), o preço do contrato do petróleo WTI negociado na
Nymex com entrega para setembro subia 0,02%, cotado a US$ 81,02 o barril. Já o preço do contrato
do Brent negociado na plataforma ICE, com entrega para outubro avançava 0,09%, cotado a US$ 84,98 o
barril. As informações são da Agência CMA.

Revisão: Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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