PETRÓLEO: Futuros passam a cair com dados fracos da China sobrepondo relatório da AIE

Porto Alegre, 16 de maio de 2023 – Os preços dos contratos futuros de petróleo reverteram os
ganhos da manhã e passam a cair no início da tarde, com novos dados da economia da China dando
sinais de uma estagnação da recuperação econômica do país. O desempenho do maior importador de
petróleo do mundo ofuscou o relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) que prevê maior
demanda pela commodity.

A taxa de desemprego entre os jovens na China atingiu um nível recorde, sinalizando problemas
para uma recuperação que se esperava impulsionar o crescimento global. A taxa de desemprego dos
chineses de 16 a 24 anos subiu para um recorde de 20,4% no mês passado. A taxa aumentou
constantemente após registrar 16,7% no final do ano passado.

Um pacote de indicadores econômicos para abril, incluindo vendas no varejo, produção
industrial e investimento em ativos fixos, ficou aquém das expectativas dos economistas, de acordo
com dados divulgados hoje pelo Escritório Nacional de Estatísticas da China. O investimento no
setor imobiliário do país também caiu nos primeiros quatro meses do ano.

“Há muita preocupação com os números industriais da China, mas se você olhar para seus
números reais de demanda ou corridas de refinaria, eles estão próximos de quebrar recordes”,
pondera Phil Flynn, analista do Price Futures Group.

Enquanto isso, o relatório mensal de petróleo publicado pela AIE hoje mostra que a demanda
mundial pela commodity vai aumentar 2 milhões de barris de petróleo por dia (bpd) em 2023, o que
levará a um recorde de 101,9 milhões de bpd no ano.

De acordo com o documento, os países fora da Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE), especialmente a China, serão responsáveis por 90% do crescimento. Já os
membros da organização, por conta de uma demanda mais retraída, consumiram 390 mil bpd a menos no
primeiro trimestre de 2023.

Pelo lado da oferta, o Departamento de Energia dos Estados Unidos disse ontem que compraria 3
milhões de barris de petróleo para entrega em agosto, em um movimento para começar a reabastecer
as reservas estratégicas.

As reservas caíram para seu nível mais baixo desde 1983, depois que o governo Biden realizou
no ano passado a maior venda de todos os tempos do estoque de emergência de 180 milhões de barris,
parte de uma estratégia para estabilizar os mercados de petróleo em alta e combater os altos
preços nas bombas após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Por volta de 13h02 (horário de Brasília), o preço do contrato do petróleo WTI negociado na
Nymex com entrega para junho caía 0,43%, cotado a US$ 70,79 o barril. Já o preço do contrato do
Brent negociado na plataforma ICE, com entrega para julho recuava 0,47%, cotado a US$ 74,87 o
barril. As informações são da Agência CMA.

Revisão: Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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