PETRÓLEO: Futuros revertem e passam a subir com oferta pressionando

Porto Alegre, 6 de setembro de 2023 – Os preços dos contratos futuros de petróleo reverteram
as perdas do início da manhã e passam a operar em alta, com os cortes na produção feitos por
Arábia Saudita e Rússia sobrepondo a força do dólar e os últimos dados econômicos, que
renovaram preocupações com juros altos.

Contra uma cesta de moedas, o dólar chegou a atingir 104,98, acima da máxima de seis meses de
104,90 atingida durante a noite, mas passou a recuar no início da tarde. Um dólar mais forte pode
afetar a demanda por petróleo, tornando o combustível mais caro para detentores de outras moedas.

Alimentando preocupações com aumentos nas taxas de juros e afetando o sentimento dos
investidores, o índice do Instituto de Gerência e Oferta (ISM, na sigla em inglês) sobre a
atividade do setor de serviços dos Estados Unidos subiu para 54,5 pontos em agosto, de 52,7 pontos
em julho. Analistas previa baixa para 52,5 pontos.

Enquanto isso, o mercado lida com a oferta mais apertada após Arábia Saudita e Rússia
estenderem ontem seus cortes voluntários na produção de petróleo até o final do ano, sendo que
o primeiro cortou 1 milhão de barris por dia (bpd) e o último 300 mil bpd. Esses cortes se somam
ao acordo de abril feito por vários produtores da Organização do Países Exportadores de
Petróleo (Opep) que vai até o final de 2024.

“O motivo pelo qual o mercado devolveu metade dos ganhos e está sem rumo nesta manhã é porque
dentro da linguagem do anúncio conjunto há uma ressalva de que esses cortes serão revisados
mensalmente”, explica John Evans, analista da PVM.

Ambos os países revisarão suas decisões mensalmente para considerar a possibilidade de
aprofundar os cortes ou aumentar a produção, dependendo das condições de mercado.

“Essa flexibilidade permite alguma margem de manobra, mas o mercado sente um possível
encolhimento”, disse ele, citando condições como batalhas contra a inflação nos Estados Unidos e
em outros países, os preços do petróleo perto de US$ 100 por barril ou o efeito nas receitas de
petróleo da Arábia Saudita.

Refletindo preocupações de curto prazo com o fornecimento, os contratos futuros de Brent para
o mês à vista negociaram hoje perto de máximas de nove meses, a US$ 4,13 por barril acima dos
preços em seis meses. O equivalente em contratos futuros de petróleo WTI dos Estados Unidos tinha
um spread de até US$ 4,88 por barril, também pairando perto de máximas de nove meses.

Por volta de 13h31 (horário de Brasília), o preço do contrato do petróleo WTI negociado na
Nymex com entrega para outubro subia 1,03%, cotado a US$ 87,58 o barril. Já o preço do contrato do
Brent negociado na plataforma ICE, com entrega para novembro regredia 0,69%, cotado a US$ 90,67 o
barril.

As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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