PETRÓLEO: Opep e aliados adiam reunião para 9 de abril

Porto Alegre, 6 de abril de 2020 – A reunião de emergência por
teleconferência agendada para hoje entre a Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, grupo conhecido como Opep +,
foi adiada para 9 de abril devido à falta de acordo, disse o Ministério da
Energia do Azerbaijão. As informações são da agência de notícias “Dow
Jones”.

“A reunião da Opep + foi adiada para 9 de abril”, disse Zamina Alíeva,
porta-voz do ministério, à agência “Efe”.Alíeva especificou que a decisão
de adiar a reunião foi dos organizadores, ou seja, da Opep. O Azerbaijão, que
também foi convidado a participar da reunião, havia defendido a solidariedade
entre todos os países exportadores como a única saída da crise.

A reunião é considerada chave para estabilizar o mercado internacional de
petróleo em meio à pandemia de coronavírus, com uma contração estimada na
demanda de cerca de 20%, o que equivale a cerca de 20 milhões de barris por
dia. Isso fez com que os preços estivessem nos níveis mais baixos em quase
duas décadas.

Arábia Saudita e Rússia, os dois principais produtores de petróleo,
juntamente com os Estados Unidos, não são concordaram com a quantidade de
produção de petróleo a ser reduzida. A Arábia Saudita chamou no sábado de
“categoricamente falsas” as alegações da Rússia sobre a suposta recusa do
reino de estender um acordo de corte entre a Opep e seus aliados.

“O ministro da Energia da Rússia foi o primeiro a dizer à mídia que
todos os países participantes estavam isentos de seus compromissos a partir de
primeiro de abril “, afirmou o ministro de Energia saudita, Abdulaziz bin
Salman al Saud, no Twitter.”Isso levou à decisão dos países de aumentar sua
produção, a fim de compensar os preços baixos e perda de lucros”,
acrescentou, referindo-se à reunião fracassada realizada em Viena há um mês.

Por sua vez, Fatih Birol, diretor executivo da Agência Internacional de
Energia (AIE), falou na sexta-feira, em entrevista à “Efe” em Paris, de um
choque no mercado de petróleo “como nunca antes em sua história”. Além
disso, ele acusou a Rússia de inundar o mercado com petróleo, com o objetivo
de danificar o petróleo não convencional dos Estados Unidos, embora
considerasse “muito cedo para escrever seu obituário, porque quando se
recuperarem os preços subirão.”

Diante da perspectiva de uma reunião e, portanto, de um acordo entre a
Rússia e a Arábia Saudita sobre uma forte produção, os preços dos
principais tipo de petróleo – Brent e WTI – subiram acentuadamente na
sexta-feira, embora ainda estejam muito longe de onde estavam no início do ano.
Com informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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