Porto Alegre, 15 de fevereiro de 2016 – A empresa resultante da fusão
das gigantes petroleiras Shell e BG deverá quadruplicar a produção de óleo e
gás no Brasil em quatro anos, transformando o país no principal mercado de
exploração e produção da companhia, afirmou nesta segunda-feira o presidente
global da multinacional, Ben van Beurden.
Atualmente, as duas empresas produzem juntas cerca de 240 mil barris de
óleo equivalente por dia (boed) no país, ou pouco mais de 7 por cento do total
produzido no Brasil, segundo os últimos dados publicados pela Agência
Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A BG produziu 205.572 boed em dezembro no Brasil, segundo a ANP, enquanto
a Shell extraiu 34.471 boed. “O Brasil será um dos três principais países
para a Shell e, em uma perspectiva de upstream (exploração e produção),
provavelmente será o país mais valioso em nosso portfólio”, disse Beurden,
em conferência de imprensa para falar sobre a incorporação da BG, que passa a
vigorar a partir desta segunda-feira.
“As duas companhias juntas deverão quadruplicar (a produção) até o
fim desta década”, disse o executivo, em visita ao Rio de Janeiro, onde vai se
encontrar com executivos de ambas as empresas.
Devido às parcerias anteriores da BG com a Petrobras , que incluem o
principal produtor de óleo e gás do Brasil –campo de Lula, na Bacia de
Santos–, a Shell passa a ser a principal sócia da estatal no pré-sal, região
que tem apresentado crescimento contínuo de produtividade.
Além disso, outro projeto de grande importância irá contribuir com a
ampliação da produção da Shell no Brasil, que é a área de Libra, no
pré-sal, na qual a empresa já era sócia da Petrobras e de outras companhias,
com uma fatia de 20 por cento. Libra, considerada pelo governo a maior reserva
do Brasil, tem o primeiro fluxo de óleo em teste esperado para 2017.
O pré-sal está no foco principal da Petrobras, que vive um dos momentos
de crise financeira mais difíceis de sua história, lutando para equacionar
uma dívida bilionária.
O executivo destacou que as áreas do pré-sal no Brasil deverão ter
equilíbrio financeiro mesmo com os preços do petróleo previstos para o ano.
Para ele, os valores da commodity podem se estabilizar no fim deste ano,
possivelmente motivando alta das cotações.
Beurden destacou ainda que a região petrolífera precisa ser avaliada
pensando em um cenário de longo prazo, frisando que Libra, por exemplo, é um
projeto de três ou quatro décadas. A área pode conter até 12 bilhões de
barris recuperáveis, segundo estimativas do governo brasileiro.
Além de elevar a posição estratégica do pré-sal em seu portfólio, a
compra da BG permitiu que a Shell se tornasse a maior comerciante mundial de
gás natural liquefeito (GNL).
Um dos seus clientes nesse setor é a Petrobras. Entretanto, o executivo
evitou responder se a empresa teria interesse nos ativos da petroleira estatal
à venda nesse segmento.
Por outro lado, o executivo negou que tenha interesse atualmente no setor
de refino brasileiro, para o qual a Petrobras também está em busca de
investidores.
A Shell já tem uma presença forte em distribuição e venda de
combustíveis no Brasil por meio da Raízen, em sociedade meio a meio com a
Cosan. A Raízen é ainda a maior produtora de açúcar e etanol do país.
OPERAÇÃO DO PRÉ-SAL
O executivo também ressaltou que decisões sobre uma possível a mudança
de regras que obrigam a Petrobras a ser operadora única do pré-sal cabem ao
governo brasileiro, mas que faria mais sentido que a regulamentação fosse mais
flexível.
“Se você me perguntar o que eu acho que faz sentido, eu acho que faz
mais sentido flexibilizar isso”, afirmou, explicando que a vinda de parceiros
para o pré-sal, inclusive como operadores, poderia trazer mais investimentos e
competitividade.
Beurden afirmou que se reuniu com a presidente Dilma Rousseff após o
anúncio do acordo com a BG, no ano passado, devido ao grau de importância do
Brasil no negócio.
Na reunião, o executivo explicou à presidente suas perspectivas para o
país, e afirmou que acredita nos fundamentos do país, em sua geologia e no
potencial do mercado. Ele também afirmou que a Petrobras é uma parceira muito
competente, embora passe atualmente por um momento difícil.
Beurden adicionou ainda que, como investidora, a empresa busca um
ambiente de estabilidade regulatória e fiscal. Não há uma reunião marcada
nesta segunda-feira com a presidente Dilma, segundo ele. As informações partem
da Reuters.
Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras
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