Porto Alegre, 8 de outubro de 2018 – O candidato a presidente Jair
Bolsonaro (PSL) venceu o primeiro turno das eleições presidenciais com 46,03%
dos votos e disputará o segundo turno com Fernando Haddad (PT), que ficou em
segundo lugar, com 29,27% dos votos.
Com 99.99% das urnas apuradas, o resultado veio próximo ao que indicavam
as pesquisas de intenção de voto mais recentes. O desempenho de Bolsonaro, no
entanto, foi um pouco melhor do que o previsto e quase foi eleito em primeiro
turno, capturando votos em Estados da região Norte do Brasil, que até então
apoiavam principalmente o PT.
Militar da reserva, Bolsonaro conquistou eleitores criticando os governos
do PT e adotando uma retórica de tolerância zero com os criminosos e
corruptos. Ele e seus apoiadores argumentam que o Brasil está caminhando para
uma situação semelhante à da Venezuela por causa de erros das
administrações anteriores e que para evitar este cenário é preciso eleger um
governo conservador.
O discurso parece ter ressoado o sentimento dos eleitores. Apesar de
possuir uma longa carreira política – é deputado federal desde 1991 -,
Bolsonaro é visto por muitos como alternativa aos políticos tradicionais e
envolvidos em esquemas de corrupção.
Nas últimas duas décadas, o PT e o PSDB dominaram a disputa política no
Brasil. O PSDB foi eleito para governar o país de 1995 a 2002 e perdeu a
posição para o PT de 2003 a 2016, quando o impeachment da ex-presidente Dilma
Rousseff abriu caminho para que o MDB, de Michel Temer, assumisse o controle do
Palácio do Planalto.
Neste ano, porém, apesar do desempenho relativamente positivo de Haddad
nas eleições presidenciais, o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, recebeu
apenas 4,76% dos votos, ficando em quarto lugar nas urnas, atrás de Ciro Gomes,
do PDT, com 12,47%. Henrique Meirelles, do MDB, teve desempenho ainda pior,
recebendo 1,20% dos votos e ficando em sétimo lugar.
A tendência de renovação também chegou ao Congresso. No Senado, onde 54
dos 81 assentos estavam sendo disputados, o índice de substituição chegou a
87%, de acordo com a Agência Câmara, com apenas oito dos 32 candidatos que
buscavam a reeleição tendo sucesso.
O MDB continuou sendo a maior força no Senado, mas terá apenas onze
assentos, ante 18 na configuração atual. O PSDB perdeu quatro assentos, mas
seguirá como a segunda maior bancada, com oito senadores.
A busca por renovação na política brasileira também reflete os vários
escândalos de corrupção envolvendo partidos tradicionais, entre eles o que
resultou na prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A alta polarização nas eleições presidenciais significa que tanto
Bolsonaro quanto Haddad possuem altos índices de rejeição, apesar de terem
recebido o maior número de votos no primeiro turno. A disputa de segundo turno
provavelmente será usada pelos candidatos para se aproximar dos eleitores – em
particular dos 10 milhões que anularam o voto ou votaram em branco e dos quase
30 milhões que sequer compareceram às urnas.
A rejeição a Bolsonaro é motivada principalmente por sua falta de
experiência em cargos do Executivo, comentários ofensivos sobre mulheres e
homossexualidade, sua resistência em reconhecer que houve golpe militar na
década de 1960, a simpatia pelo período ditatorial que se seguiu ao golpe por
comentários de membros de sua campanha sobre criação de impostos e criticando
direitos trabalhistas.
No caso de Haddad, a rejeição deve-se a receios de que a volta do PT ao
Executivo aumentará a corrupção no país, que ele será apenas um figurante
num governo efetivamente tocado pelo ex-presidente Lula e que uma
administração do PT aumentará os gastos públicos e elevará a dívida do
país, levando a economia a uma nova recessão. Com informações da Agência
CMA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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