Porto Alegre, 5 de agosto de 2016 – Nesta semana, rumores ventilados na
imprensa de que o presidente interino Michel Temer estaria traçando horizonte
favorável à reeleição em 2018 diante do sucesso de seu governo provisório
causaram tremores no mundo político, fortes o suficiente para que o
peemedebista decidisse soltar uma nota desmentindo a intenção.
Segundo interlocutores do presidente, a notícia soou como um elogio de
auxiliares e até mesmo como uma ocasião em que correligionários “falaram
demais”, conforme avaliou uma fonte palaciana à Agência CMA. Contudo, pessoas
próximas do núcleo do governo não descartam um lançamento de campanha caso
o peemedebista decida estender sua gestão à frente da Presidência, mas
avaliam que, no momento, não há no Planalto a reeleição do peemedebista no
horizonte.
Ainda assim, na avaliação dessas pessoas, mesmo que exista ambição de
Temer, usar um balão de ensaio para ventilar a reação dessa possibilidade é
negativa no momento; primeiramente, o presidente interino está em condição
passageira até que o Senado Federal confirme o afastamento da presidente Dilma
Rousseff e, segundo, porque um aceno a 2018 impacta o partido mais expressivo da
base aliada de Temer no Congresso Nacional, o PSDB.
Para validar de vez o processo de impeachment contra Dilma, partidos como
PSDB, DEM e PPS – menos expressivos em número que o bloco do centrão, mas com
maior tradição – foram convencidos a apoiar Temer diante da promessa do então
presidente do PMDB de não concorrer à reeleição. Além disso, o presidente
interino precisa do apoio dos tucanos e aliados para conseguir aprovar matérias
de correção da economia.
Segundo interlocutores do Planalto e do Congresso Nacional, Temer mantém
postura de que possui maiores condições para tocar as várias reformas
corretivas para reequilibrar as contas públicas – como as reformas trabalhista
e da Previdência Social -, o que o inviabiliza de tocar uma pauta positiva em
torno de eventual candidatura no momento.
Conforme definiu uma fonte parlamentar próxima do presidente e do PMDB,
caso Temer entrasse no jogo pensando em uma reeleição em 2018, não teria
nomeado Henrique Meirelles para comandar o Ministério da Fazenda e criado uma
agenda de ajustes.
Um nome que já é dado como possibilidade diante de um sucesso do governo
interino é o do próprio ministro. “Se Meirelles conseguir retomar a economia,
será difícil para outro candidato disputar”, afirmou uma das fontes à
Agência CMA.
RENEGOCIAÇÃO DA DIVIDA
A avaliação de um dos interlocutores do governo no Congresso sobre a
demora em aprovar a proposta da renegociação da dívida dos Estados com a
União é de que o Palácio não quis arriscar aprovar a medida com tantos
ajustes a fazer em tão pouco tempo.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), poderia ter
forçado a mão para aprovar ainda nesta semana o projeto, mas a insatisfação
dos governos do Nordeste, que afirmam que a proposta não os beneficia, e as
pressões por mudança nas regras determinadas pela equipe econômica foram
fatores levados em conta na articulação em torno da aprovação da matéria.
Ao longo da semana, o governo concordou em retirar a exigência do cálculo
com servidores terceirizados dentro dos gastos com folha de pagamento nos
governos estaduais, ainda mantendo o texto de gastos com pessoal limitado ao
crescimento da inflação do ano anterior.
Nos bastidores do Planalto, a luz amarela não acendeu com a dificuldade em
aprovar o projeto, uma vez que o governo ainda tenta equilibrar as diferentes
pressões em relação à proposta e com a interpretação, de interlocutores de
Temer, de que a mobilização política em torno das campanhas municipais
apertou o freio da dinâmica do Congresso.
Ainda assim, a avaliação de aliados do governo é de que haverá
dificuldades, mas a harmonia entre o Planalto e o Congresso foi restaurada
depois de muito tempo, uma forte crítica que Dilma sofreu ao longo de seu
mandato.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
Copyright 2016 – Grupo CMA
Cotação semanal
Dados referentes a semana 01/11/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 9,12Farelo de soja à vista tonelada
R$ 2.040,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 70,00Preço base - Integração
Atualizado em: 01/11/2024 16:00