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PORTOS: Modernização de gestão e infraestrutura marcam 2014 em Santos (SP)

29 de dezembro de 2014
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Porto Alegre, 29 de dezembro de 2014 – A movimentação de cargas pelo
Porto de Santos em 2014 superou importantes marcas históricas, com especial
destaque para os recordes na movimentação de contêineres, que deverá atingir
um crescimento em torno de 8,0%, e do complexo soja que tem previsão de
aumento próximo a 2,6%.

O diretor presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp),
Angelino Caputo, destaca que três recordes mensais foram atingidos em fevereiro
(7,7 milhões t), março (10,4 milhões t) e junho (9,8 milhões t) e a
expectativa é que Santos responda por 25,6% da movimentação da Balança
Comercial Brasileira. Os embarques do complexo soja, até novembro, acumulavam
16,2 milhões t, patamar 2,8% superior ao recorde obtido no mesmo período do
ano passado.

Caputo ressalta que os terminais de contêineres do Porto de Santos
apresentaram desempenho superior ao dos principais complexos portuários do
mundo como Roterdã, na Holanda, e Hamburgo, na Alemanha, ao atingirem a média
por hora de 104 movimentos. O Tecon Santos chegou a bater, no início de
setembro, o recorde histórico da América do Sul, com uma performance de 1.694
contêineres em 8,74 horas de operação, alcançando a média de 193,92
movimentos por hora.

Santos registrou, também, em agosto, seu novo recorde histórico mensal,
com 220.702 unidades. Até novembro, a movimentação de contêineres somava 3,3
milhões teu (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), crescimentos de
6,6% se comparado ao mesmo período de 2013. O presidente explica que a
performance foi atingida em função da disponibilização de novas
infraestruturas portuárias (os terminais da Embraport e Brasil Terminal
Portuário – BTP), dos investimentos efetuados pelos demais terminais que
operam essa modalidade de carga e dos esforços da Autoridade Portuária, em
conjunto com a Secretaria de Portos (SEP), para manter as profundidades de
berços, acesso a berços e do canal de navegação do porto, que recebeu
navios da classe “Cap San”, com capacidade para até 9,6 mil teu, os maiores
porta-contêineres a operar no complexo santista.

Caputo destaca, também, o fortalecimento da navegação de cabotagem ao
longo de 2014 que, até novembro totalizou 13,0 milhões t, apresentando
crescimento de 21,3% se comparado com o acumulado no mesmo período do ano
anterior. Destaca-se o número de contêineres transportados através dessa
modalidade, que atingiu um crescimento de 92,3% nos 11 primeiros meses do ano. A
participação da cabotagem no total de cargas transportadas cresceu de 10,2%
para 12,8%. “Essa performance mostra a tendência do Porto de Santos tornar-se
um porto concentrador de cargas”, afirma o presidente.

A performance da carga geral conteinerizada, entretanto, não foi
suficiente para compensar a queda na movimentação das principais commodities
agrícolas, como açúcar (-9,2%), milho (-22,0%) e soja em grãos (-5,0%), que
são os principais itens da pauta de mercadorias que passam pelo porto. O
presidente explica que “elas foram afetadas por uma combinação de fatores
decorrentes de aspectos climáticos e da conjuntura econômica internacional,
que impediu que o Porto de Santos superasse, neste ano, o recorde anual
histórico obtido em 2013”. Para Caputo, 2013 foi um ano totalmente atípico
na curva de crescimento da movimentação do Porto de Santos. Apesar do
movimento neste ano ter sido menor que em 2013, ainda assim, permaneceu dentro
da curva estabelecida pela consultoria Louis Berger, dentro do Plano de
Expansão do Porto de Santos, explica o presidente.

A previsão é que o movimento geral de cargas atinja 110,5 milhões de
toneladas, ficando 3,1% abaixo do resultado obtido no ano passado (114,0
milhões t), mas se caracterizando, ainda, como o segundo melhor movimento anual
da história do porto, ficando atrás somente do total excepcional verificado
em 2013. Os embarques devem atingir 75,9 milhões t e as descargas 34,6 milhões
t.

Os reflexos da conjuntura econômica internacional afetaram com maior
profundidade a movimentação do Porto de Santos, tendo em vista que cerca de
47,0% de suas cargas são granéis sólidos e 76% desses granéis são açúcar,
complexo soja e milho.

A crise internacional que afetou os principais países da Europa, Ásia e
Américas acabou se refletindo com força nos mercados internacionais de
commodities agrícolas e minerais. No caso das commodities agrícolas, somou-se
a um cenário de demanda retraída a confirmação de uma supersafra
norte-americana de soja e milho em 2014, o que elevou a oferta global destes
grãos a um patamar recorde. Como consequência, houve a intensificação da
trajetória declinante dos preços das commodities nas principais bolsas
internacionais.

O preço do milho foi o que mais sentiu o efeito do aumento da oferta
global, com queda de, aproximadamente, 37% ante o já retraído preço de 2013,
fazendo com que sua cotação voltasse ao patamar praticado em 2009. Da mesma
forma, os preços da soja em grãos e farelo de soja também sofreram quedas
significativas ao longo de 2014. Enquanto isso, a cotação do açúcar
permaneceu estável, mas em patamar deprimido historicamente, com os mercados
bem abastecidos com os maiores volumes exportados por outros importantes
produtores, como a India.

Os produtores brasileiros, além de terem suas receitas comprimidas pelas
quedas dos preços internacionais (parcialmente compensada pela desvalorização
do real), tiveram a produtividade de suas lavouras afetadas pela forte estiagem
que caracterizou o ano de 2014.

A seca intensa, que em São Paulo foi a pior em oitenta anos e levou à
paralisação da hidrovia Tietê-Paraná (importante via de escoamento da safra
direcionada ao nosso porto), reduziu a produtividade das safras de açúcar,
milho e soja, fazendo com que a produção destes produtos ficasse abaixo das
estimativas divulgadas no início do ano. No caso do setor sucroalcooleiro, os
baixos preços internacionais do açúcar motivaram os produtores a
privilegiarem a produção de etanol para abastecimento do mercado interno.
Além disso, o porto sofreu dois grandes incêndios em 2014, que afetaram os
embarques do produto.

Devido à histórica relação do Porto de Santos com o agronegócio
brasileiro, foi inevitável que este cenário adverso para o setor tivesse
reflexo sobre a movimentação de cargas.
2014

A Codesp estima encerrar este ano com uma movimentação de 51,9 milhões t
de sólidos a granel (-9,0%), 14,9 milhões de toneladas de líquidos a granel
(-6,8%) e 43,6 milhões t de carga geral, que ficará 6,6% acima do ano
passado. Os sólidos a granel representam 47,0% da movimentação de cargas,
enquanto a carga geral soma 39,5% e os líquidos 13,5%. Os embarques devem
totalizar 75,9 milhões t (-4,5%) e as descargas 34,6 milhões t (+0,1%).

No segmento dos granéis sólidos, destacam-se o açúcar, que deve atingir
cerca de 15,3 milhões t, ficando 9,2% abaixo do ano passado; complexo soja,
com 16,2 milhões t (+2,6%), sendo 12,4 milhões t de soja em grãos (-5,0%) e
3,7 milhões t (+38,7%) de soja peletizada; milho, com 8,6 milhões t (-22,0%) ;
o adubo com 3,5 milhões t (-3,0%%); o carvão, com 1,6 milhão t (-19,3%); o
enxofre, com 1,8 milhão t (-6,0%) e o trigo, com 1,4 milhão t (-4,8%).

Já entre os líquidos a granel aparecem o álcool, com 1,2 milhão t
(-39,4%); consumo de bordo (diesel e combustível), com 1,7 milhão t (-2,1%);
gasolina, com 1,3 milhão t (+2,9%); óleo combustível, com 2,0 milhões t
(-13,4%); óleo diesel e gasóleo, com 1,9 milhão t (-3,2%) e sucos cítricos
1,8 milhão t (-1,4%). A carga geral solta deve atingir 4,5 milhões t (-7,9%);
a carga conteinerizada 39,1 milhões t (8,6%) ou 3,7 milhões teu (8,0%); os
veículos de importação 78,0 mil unidades (-31,4%) e de exportação 147,1 mil
unidades (-41,9%).

2015

Para 2015 o cenário mostra-se desafiador para o comércio exterior
brasileiro e o Porto de Santos refletirá essa condição. Assim, a empresa
trabalha com três cenários. Um otimista, que projeta 117,2 milhões t, outro
realista, com 114 milhões t e o pessimista, com 108,5 milhões t. Considerando
as tendências de mercado e levando-se em conta as variações cambiais, a
Companhia fez um ensaio que oscilou entre essas três perspectivas, resultando
na projeção de 112,0 milhões t, com tendência de alta. A Codesp acredita que
o complexo santista conseguirá retomar o crescimento verificado em anos
anteriores, principalmente, por conta do aumento de 2,9% estimado para os
embarques (78,1 milhões t), em relação às projeções para 2014. Para as
descargas (34,2 milhões t) é projetada queda de 1,0%. O total estimado para
2015 deverá ficar 1,7% acima do projetado para este ano.

Para os sólidos a granel é estimado um total de 52,6 milhões t (+1,2%),
enquanto o movimento dos líquidos a granel deve permanecer no mesmo patamar
deste ano (14,9 milhões t). Já a carga geral deve somar 44,8 milhões t
(+2,8%). Para 2015 a composição de movimentação física por tipo de carga
deve situar-se em 46,8% para sólidos a granel, 39,9% para carga geral e 13,3%
para líquidos a granel.

A expectativa da CONAB para a safra 2014/2015 é de novo recorde na
produção de grãos, que deverá atingir cerca de 201,6 milhões de t
(acréscimo de 4,2% ante a safra 2013/2014), com destaque para o desempenho da
soja, com crescimento estimado em 11,2% (95,8 milhões de t). A expectativa para
o milho é mais modesta, com queda prevista de 1,5% (78,7 milhões de t). Além
disso, o aumento da participação do produto brasileiro no mercado
internacional está sujeito à superação dos desafios relatados. Segundo a
mais recente projeção divulgada pela USDA, as exportações brasileiras de
soja em 2015 devem permanecer estáveis em relação a 2014, enquanto as de
milho deverão cair 9%.

Para o açúcar as apostas ainda indicam a persistência das dificuldades
no setor, com produção comprometida por problemas climáticos, preços baixos
e direcionamento da maior parte da produção para o etanol, visando o
abastecimento do mercado interno. Com informações da assessoria de imprensa da
Companhia Docas do Estado de São Paulo.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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