Seca na Argentina provoca alta do farelo

“A seca na Argentina atrasou o plantio nesta semana e continuou a preocupar o mercado, que já a precificou há alguns dias. Na verdade, este é um fator particularmente importante para o Mercado de soja, assim como para os produtos dela processados, farelo e óleo, dos quais o país é o maior exportador mundial”. Esta é a avaliação da Consultoria Trigo & Farinhas.

“Esta preocupação ainda não é consistente, porque há algum tempo para recuperação. Por isso, a elevação em Chicago, para a soja em grão, foi de 0,8% no dia, mas, na semana, foi de apenas 0,1%”, completa o analista da T&F Luiz Fernando Pacheco. Já o farelo de soja subiu mais, 1,0% no dia e 1,38% na semana, porque o fornecimento global está ameaçado pelos problemas na Argentina, que é o maior exportador mundial.

De acordo com ele, a alta do farelo se deveu, em parte, às expensas do óleo de soja, que caiu 0,2% no dia e e 1,0% na semana, aumentando o spread entre as cotações do farelo e do óleo. O motivo é que este movimento reduziu o valor da soja no processamento dos produtos. Na verdade, as cotações mais próximas do óleo estão ainda próximas das mínimas dos últimos 6 meses e podem cair mais 35% se as exportações de farelo dos EUA diminuírem, segundo um corretor de Chicago.

Pacheco salienta ainda que, depois do fechamento do mercado o USDA informou que, em outubro, a moagem de soja americana chegou a 4,787 milhões/t contra 3,957 milhões/t de setembro e 4,754 milhões/t esperados pela média dos analistas. Em outubro do ano passado o processamento havia sido de 4,786 milhões/t. Os estoques de óleo de soja nos EUA no final de outubro totalizaram 1.626 milhões de libras contra 1.711 milhões de setembro e 1.714 milhões esperados pelos analistas. Um ano atrás, as existências eram de 1.795 milhões de libras.