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SOJA: Cultura não é vetor significativo de supressão florestal na Amazônia, aponta Moratória

9 de agosto de 2023
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Porto Alegre, 9 de agosto de 2023 – A Moratória da Soja completou 17 anos de existência ao
longo dos quais manteve sempre o firme propósito de eliminar o desflorestamento-zero da cadeia de
produção da soja no bioma Amazônia.

Desde a safra 2007/08 – quando foi cultivada uma área de 1,6 milhão de hectares (Mha) – a soja
vem se expandindo na região. Com uma taxa de crescimento média de 354 mil hectares ao ano, atingiu
os 6,6 Mha na safra 2021/22, um aumento de 5 milhões de ha, o que indica claramente que a
Moratória não impede a expansão da soja no bioma, mas contribui diretamente para direcionar a
produção para áreas desflorestadas anteriormente ao acordo, buscando incentivar o desenvolvimento
agrícola de forma sustentável.

Com base nas análises anuais do Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por
Satélite (PRODES), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o desflorestamento
verificado no bioma entre 22 de julho de 2008 e 31 de julho de 2022 foi de 9,12 Mha. Desse total,
3,86 Mha ocorreu nos 116 municípios produtores de soja, onde foram identificados apenas 192 mil
hectares de soja em desacordo com o critério da Moratória.

De fato, a área em desacordo corresponde a menos de 3% do desflorestamento acumulado durante a
Moratória, ou seja, cerca de 97% da supressão florestal ocorrida no bioma Amazônia no período de
vigência do pacto não está associada à cultura. Além disso, essa área monitorada também
representa 2,9% do total cultivado com a oleaginosa na safra 2021/22 no bioma e 4,9% do total
desflorestado nos 116 municípios, reforçando sua baixa participação no desflorestamento total.
Cabe destacar que apenas 10 municípios concentram 68% da soja em desacordo com a Moratória.

Antes do pacto entre 2002 e 2008, esses municípios tradicionalmente sojicultores tinham uma
taxa média de desflorestamento anual da ordem de 10.629 km e após a vigência deste pacto de
desmatamento zero (2008-2022) esta taxa média caiu significativamente para 2.997km por ano. Também
cabe ressaltar que os 6,6 milhões de ha de soja plantada na última safra no bioma Amazônia
representa apenas 1,57% da área total do bioma que possui uma área de 420 milhões de ha.

Para o diretor de Sustentabilidade da Associação Brasileira das Indústrias e Óleos Vegetais
(ABIOVE), Bernardo Pires, os números devem ser comemorados. A iniciativa é o exemplo mais bem
sucedido do mundo de conciliação do desenvolvimento da produção agrícola de larga escala com a
sustentabilidade ambiental, em seu quesito mais crítico, o desflorestamento-zero, comenta Bernardo.

A governança e operação da Moratória são de responsabilidade do Grupo de Trabalho da Soja
(GTS), constituído pelas empresas associadas à ABIOVE e à Associação Nacional dos Exportadores
de Cereais (ANEC) e por organizações da sociedade civil.

As informações são da assessoria de imprensa.

Revisão: Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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